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Agências reagem a comentários racistas e defendem inclusão

Ogilvy, Wunderman Thompson e Fbiz reafirmam compromissos de recrutamento com diversidade racial após projetos serem criticados anonimamente em planilha online


12 de novembro de 2020 - 6h00

Manifestações anônimas atacaram projetos de inclusão racial criados dentro das agências (Crédito: istock)

Nesta semana, às vésperas do Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 do novembro, comentários de cunho racista foram registrados no documento online conhecido como “planilha das agências”, que reúne postagens anônimas sobre a experiência de trabalhar nas empresas do segmento no País. As manifestações atacaram os projetos de inclusão racial criados pelas agências.

Como reação, um grupo de publicitários nomeado como Black Talents Matter criou a petição online “Proteção aos profissionais pretos de agência de publicidade”, que está registrada no Avaaz e já possui mais de 1700 assinaturas.

“Muitas agências do Brasil possuem programas de diversidade, porém, com comentários assim e sofrendo o racismo estrutural diário, nos sentimos desprotegidos em um ambiente que deveria garantir nossos direitos não apenas trabalhistas, mas como pessoas. O que está acontecendo com atitudes assim é uma inferiorização do nosso trabalho, como se não fossemos capazes e merecedores de estar nesses locais por conta da cor da nossa pele”, diz um trecho do texto da petição.

Segundo Paulo Damasceno, diretor de arte da Gut e um dos líderes do movimento antirracista, o objetivo é garantir um ambiente minimamente saudável para que as pessoas pretas possam atuar nas agências brasileiras sem danos psicológicos e morais no ambiente de trabalho. “Racismo não é opinião, é crime. A ideia é que a petição jogue luz nisso. E é um sinal de que as empresas precisam cuidar desses profissionais para além da sua contratação. É preciso prover um ambiente capaz de acolher e ajudar esses profissionais a se desenvolverem da maneira que é necessário”, defende Damasceno.

Fbiz, Ogilvy e Wunderman Thompson, agências que tiveram seus planos de inclusão mencionados pelas críticas anônimas também se manifestaram.

A Ogilvy se posicionou publicamente por meio de um comunicado em suas redes sociais. “Nossa solidariedade e acolhimento aos nossos profissionais negros diante das inaceitáveis agressões racistas endereçadas a vocês. Manifestamos total repúdio a violência a qual vocês foram submetidos. Vocês sempre nos ofertaram o melhor de suas capacidades e talentos. Não aceitaremos retroceder em tudo que conquistamos para um ambiente mais diverso e plural”, diz o texto.

Em outro trecho, a agência promete ajudar na responsabilização legal dos autores das postagens racistas. “Seguiremos trilhando esse caminho da diversidade e respeito porque é o único caminho possível. E as medidas legais estão sendo tomadas para garantir que agressões racistas não passem mais sem a devida responsabilização”.

A Wunderman Thompson tratou o assunto internamente, na quarta-feira, 11. O CEO Pedro Reiss escreveu um e-mail para todos os colaboradores com o posicionamento da agência a respeito do caso. “Eu estava respondendo não para a planilha, mas ao nosso time. O nosso programa de diversidade racial 20/20 foi iniciado há três anos como uma mudança importante e atrasada no nosso mercado e agora já está rendendo frutos de transformação da agência. Espero que quem fez esse comentário anônimo, criminoso e mal intencionado nem seja do nosso quadro. Se for, espero que vá embora e manifestei claramente isso na minha mensagem”, frisa Reiss.

Nesta quinta-feira, 12, em um encontro virtual entre todos os seus sócios e colaboradores, a Fbiz pretende abordar o assunto e manifestar seu posicionamento em favor da diversidade e de seus programas de inclusão.

Crédito da imagem de topo: eugenesergeev/iStock

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