Campus Party faz dez anos com foco em colaboração
Evento espera receber 90 mil pessoas com atrações voltadas a ciência e empreendedorismo
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Karina Balan Julio
31 de janeiro de 2017 - 15h01
A Campus Party nasceu na Espanha como um encontro para discussão de tecnologia e ciência, em 1997. O evento, que acontece de 31 de janeiro a 5 de fevereiro em São Paulo, chega à décima edição no Brasil com um público fiel, de programadores e empreendedores até artistas e criativos, passando por toda gama de interessados em tecnologia e digital.
Na história da Campus Party estão nomes como Steve Wozniak, cofundador da Apple e o político Al Gore. A edição atual, assim como as anteriores, aposta em um time eclético de palestrantes. O evento terá a presença de Mitch Lowe, um dos fundadores do Netflix, o grafiteiro Kobra, a cientista Duilia F. de Mello, o ator Gregório Duvivier, entre outros. Ainda, haverá diversas maratonas de programação temáticas em parceria com marcas e órgãos como a ONU, para desenvolvimento de tecnologias de mobilidade urbana, agricultura e erradicação da pobreza.
O evento deve receber cerca de 90 mil visitantes na área aberta, sendo 10 mil “campuseiros”, acampados no espaço. As palestras e workshops acontecem no decorrer de todo o dia, numa estimativa de 700 horas de conteúdo. Tonico Novaes, diretor-geral da Campus Party no Brasil, explica que o evento foi sendo construído em conjunto com o público ao longo dos anos. “Tomamos a iniciativa de trazer os ‘campuseiros’ para perto da organização. Fizemos uma campanha para saber como a Campus Party tinha mudado a vida deles, e também a campanha ‘Vire um Curador’, onde eles poderiam indicar palestrantes. Para isso, tinham que ligar para o palestrante e convencê-lo a vir”, explica.
Comic Con: a batalha do conteúdo
A ideia era colocar as indicações em uma votação e, ao final, as 50 mais votadas seriam inseridas na grade. “Tivemos tantas indicações positivas e alinhadas com o evento que selecionamos 74 palestras para fazer parte do conteúdo”, conta o diretor. Ao longo dos anos, o evento foi crescendo em volume de atrações: se no início contava com cerca de 300 palestrantes, este ano, serão 750.
Com o passar do tempo, a Campus Party Brasil foi tomando corpo e hoje conta com pelo menos duas edições anuais no País. Ano passado, o evento foi feito também em Recife, Brasília e Minas Gerais. A proposta é expandir ainda mais o evento como plataforma nacional de tecnologia. “O Brasil é o país com o maior número de edições no mundo todo, por mais que o evento exista há 20 anos no restante do mundo. Temos o maior número de edições nacionais por ano e duas novas edições em fase de negociação”, conta o diretor, sem revelar as novas localidades.
Oportunidade para marcas e empreendedores
O evento também traz a quarta edição do Startups & Makers, projeto para impulsionar 160 starups. Para Tonico, mais do que contribuir para o desenvolvimento tecnológico em si, o evento tem tido seu papel como hub para reunir cabeças com interesses em comum, formando comunidades e grupos que geram iniciativas inovadoras fora do âmbito do evento. “A Campus Party é o tipo de segmento difícil de qualificar como evento ou feira, mas na verdade é uma experiência tecnológica. Reunimos desde youtubers e gamers até astrofísicos. O importante nisso tudo é o networking e a troca de experiências que leva à criação de empreendimentos entre o próprio público, dentro dessa oportunidade que a gente propicia”, avalia.
Por meio de discussões sociais e tecnológicas, as marcas também buscam se engajar na Campus Party para se associar aos visitantes. “Muitas empresas estão conosco se apropriando desse conceito para trazer inovação e captar talentos dentro do nosso universo”, afirma Tonico. A Campus Party 2017 é patrocinada pela John Deere, Visa, Ford, Facebook, Sebrae, Submarino e TNT, e conta também com apoio da Prefeitura de São Paulo.
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