MWC: coronavírus altera planos de empresas para evento
Marcas como LG, ZTE e Huawei tomarão medidas para mitigar a propagação do vírus no maior evento móvel do mundo
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Victória Navarro
6 de fevereiro de 2020 - 14h46
Apesar das formas de transmissão ainda estarem sendo estudadas — mesmo diante da constatação de contaminação via contato –, o coronavírus tem gerado questionamento a respeito da continuidade do Mobile World Congress (MWC), maior evento móvel do mundo, que acontece anualmente na Fira Grand Via (Barcelona, Espanha), e cuja edição deste ano será de 24 a 27 de fevereiro.
Desde dezembro de 2019 até agora, a mais nova família de vírus responsável por desencadear infecções respiratórias, descoberta em Wuhan, na China, foi responsável, segundo dados do Ministério da Saúde, por 14,5 mil casos, distribuídos em 18 países — só no Brasil, há 15 suspeitas de diagnosticados com a doença até a data de publicação desta reportagem. Em decorrência do risco de disseminação do vírus vindo da Ásia, onde a maioria dos expositores do evento está sediada, muitos países estão restringindo voos com destino e saída da China. LG Electronics, ZTE e Huawei, por exemplo, são algumas empresas que alteraram suas participações no MWC.
Em comunicado oficial, a sul-coreana LG afirmou estar monitorando de perto a situação relacionada ao novo surto de coronavírus. “A fim de garantir a segurança de seus funcionários, parceiros e clientes, a LG decidiu deixar de expor e participar do MWC 2020. Essa decisão elimina o risco de expor centenas de funcionários da LG por realizarem viagens internacionais, que já se tornaram mais restritivas à medida que o vírus continua se espalhando pelas fronteiras”. Em vez de participação do evento, em Barcelona, a marca realizará um evento separado, em um futuro próximo, para anunciar seus produtos móveis deste ano.
Já a ZTE, de Shenzhen, no sudeste da China, cancelou sua conferência de imprensa, realizada durante o Mobile World Congress. No entanto, disse em nota oficial que apresentará, no evento, soluções abrangentes e dispositivos direcionados ao 5G. “Após o novo surto de coronavírus, além de responder ativamente e organizar recursos para garantir o serviço de telecomunicações nas áreas afetadas, a ZTE sempre coloca a saúde de nossos funcionários e clientes como prioridade”, afirmou. A marca adotará diretrizes como: todos os funcionários devem passar por duas semanas de auto-isolamento, pré-MWC; o estande e o equipamento da exposição serão desinfetados, diariamente; e garantirá que a apresentação de estandes seja feita por pessoas fora da China.
A Huawei, também de Shenzhen, está entre as empresas que tentam se proteger. Os funcionários da empresa, que participarão do Mobile World Congress e que são da China, ficarão em quarentena, fora do território chinês, por, pelo menos, 14 dias antes do evento. “Espera-se que mais de 12 mil pessoas na Europa e aquelas que não estiveram na China ou tenham tido contato com outras tenham um papel muito mais proeminente em todos os eventos do MWC”, disse um porta-voz da marca, para reportagem da Wired.
O posicionamento do MWC
Na terça-feira 4, a organização do Mobile World Congresso publicou comunicado oficial acerca da continuidade do evento. “A GSMA (associação que representa os interesses das operadoras móveis em todo o mundo) confirma que há um impacto mínimo no evento até agora. O MWC Barcelona continuará conforme o planejado, em todos os locais da Fira Gran Via, Fira Montjuïc e La Farga L’Hospitalet, incluindo YoMo e Four Years From Now (4YFN)”.
Para o MWC, entre as medidas adotadas pela GSMA para ajudar a mitigar a propagação do coronavírus, estão: programa de limpeza e desinfecção em todos os pontos de contato; maior suporte médico; campanha de conscientização; disponibilidade de materiais de desinfecção; assessoria aos expositores na implementação de limpeza e desinfecção eficazes de estandes e escritórios, além de orientações sobre medidas de higiene pessoal e comportamento preventivo comum; e diretrizes de saúde pública e comunicação de conselhos para hotéis de Barcelona, transporte público e privado, restaurantes e lojas de varejo.
*Crédito da foto no topo: RawPixel/Pexels
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