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Marketing

O homem por trás das mudanças na Coca-Cola

Marcos de Quinto, CMO da marca, visita o Brasil


16 de janeiro de 2017 - 10h19

 

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“Sinta o sabor” substitui o “Abra a felicidade”

Em 2014, durante uma reunião de executivos da Coca-Cola, em Londres, o espanhol Marcos de Quinto, atual vice-presidente global de marketing, então presidente da Coca-Cola para a região Ibérica, recebeu um dos principais desafios de sua carreira: buscar um novo conceito global para a marca que tivesse como premissa conversar com os novos tempos. Na ocasião, os executivos do grupo concordavam que “Abra a felicidade” já não entregava o que era necessário mediante as mudanças sociais e de consumo.

Foi dessas discussões que surgiram as bases para a criação do conceito “Sinta o sabor”, lançado em janeiro do ano passado e que tem em Marcos de Quinto uma figura central. Com o novo posicionamento colocado em prática, Marcos de Quinto está no Brasil para lançar a segunda fase da campanha global, bem como seus desdobramentos locais que implicam na oferta de três versões da bebida – original zero, Stevia e com 50% menos açúcares – em embalagens redesenhadas.

A Coca-Cola promete uma mudança significativa na capacidade de distribuição da empresa no Brasil e afirma que as mudanças estão baseadas na demanda do público por soluções que permitam equilíbrio na alimentação. Nos últimos dois anos, 42 produtos foram reformulados – cerca de 30% do portfólio – e todos os lançamentos são produzidos com menos açúcar. Além disso, 80% das marcas têm opções de baixa ou sem caloria. Nas novas embalagens de Coca-Cola, que chegam ao mercado até fevereiro, o disco vermelho é o centro da identidade visual, acompanhado da cor de cada versão (vermelho para a de sabor original, preto para Zero Açúcar e verde para Stevia e 50% menos açúcares).

“A reformulação do nosso portfólio tem total ligação com o esforço de redução de açúcar. Isso implica não apenas mudanças na fórmula, como também na comunicação. A estratégia de marca única é um passo para fazermos a transição dos produtos originais para os produtos com baixo teor de açúcar. O problema não é com a Coca-Cola, mas com o açúcar dentro dela”, afirma de Quinto.

Executivo com opinião própria

 

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Marcos de Quinto

Nascido em Madrid, na Espanha, Marcos de Quinto possui um estilo diferente do padrão para os executivos formais de multinacionais com o perfil da Coca-Cola. Sua entrada na empresa se deu após a conclusão do curso de economia. Na ocasião, seu objetivo de vida era fazer a rota subsaariana e suas experiências eram como monitor de esqui e funcionário de uma pizzaria em Londres. Apaixonado pela África e por rali de moto, ele entrou na Coca-Cola Espanha em 1982, como gerente regional, passou pelas áreas de distribuição da Espanha e Portugal, assumiu o departamento de marketing na Espanha e, em 1992, virou diretor-geral para Ásia. Comandou o marketing das operações de Cingapura e Malásia, além da Alemanha.

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Em janeiro de 2000, assumiu como vice-presidente para a região Ibérica. Até que, em 2014, assumiu como vice-presidente de marketing da companhia. Marcos de Quinto tem um perfil diferente de seu antecessor, Joe Tripodi, conhecido como um marqueteiro reservado e pragmático. Ativo no Twitter e sem muitas preocupações sobre o que posta, Marcos acredita que as opiniões de executivos de grandes empresas não devem ser ocultadas. “Eu tenho opinião. E isso dá um toque mais humano para uma grande corporação. A cultura do executivo que não fala e não pensa é antiga”, disse em entrevista ao El Pais. Em um de seus tuítes, Marcos confessa o desconforto pelas movimentações em frente à Trump Tower, em Nova York. “A quinta avenida impedida aos arredores da Trump Tower. Nosso edifício fica ao lado, será assim sempre?”, questionou.

Em dezembro, durante a apresentação em uma conferência da indústria de bebidas, Marcos de Quinto defendeu que a publicidade televisiva ainda é a melhor opção em termos de retorno. Para provar seu ponto, ele mostrou um slide declarando que “TV ainda oferece o melhor ROI em todos os canais de mídia”. Os dados no slide mostravam que o investimento em TV da Coca-Cola retornava US$ 2,13 por cada dólar gasto na TV, comparado com US$ 1,26 para o digital.

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