Os novos negócios de Anavitória
Junto com o sócio e empresário Felipe Simas, a dupla formada por Ana Caetano e Vitória Falcão lançou filme, criou festival e se prepara para licenciar sua marca em produtos
Junto com o sócio e empresário Felipe Simas, a dupla formada por Ana Caetano e Vitória Falcão lançou filme, criou festival e se prepara para licenciar sua marca em produtos
Thaís Monteiro
9 de janeiro de 2019 - 7h46
Em menos de seis meses, além de lançar seu segundo álbum, O Tempo É Agora, Anavitória estreou no cinema, na Netflix e anunciou um novo produto: o festival Nave, nome escolhido em alusão a dupla como nave-mãe de uma nova geração da MPB Pop e as iniciais AV de Ana Caetano e Vitória Falcão, cantoras que compõem a dupla.
O festival , que acontece no Espaço das Américas em 31 de março, reunirá Vitor Kley e as bandas Melim, Lagum, OutroEu e Hotelo, com participações de Mariana Nolasco, Manu Gavassi, Nina Fernandes, Rubel, Gabriel Elias e Ana Gabriela.
Não é o primeiro evento proprietário da dupla. Em outubro de 2017, Anavitória fez um show de Dia das Crianças e no verão deste ano realizou O Tradicional Baile de Carnaval de Anavitória. “É sempre bom criar projetos paralelos para respirar um pouco outros ares e viver outras coisas além da corrida agenda de shows ao longo do ano. Como elas frequentam festivais e adoram ouvir novos artistas, era natural que criassem e fossem curadoras de um festival próprio. Aliás, esse lance de ‘festival proprietário’ é algo que já existe e é até comum lá fora. A banda Slipknot leva seu festival itinerante Knotfest para várias cidades, o Foo Fighters criou o Cal Jam, Jay Z fez o Made in America, Pearl Jam montou um festival quando comemorou 20 anos de carreira, o PJ20, etc”, conta Felipe Simas, empresário e sócio da dupla, que também é criador do festival e faz sua realização pela F/Simas.
A lista de artistas participantes faz parte do que Felipe chama de Pop Emepebista (união de pop e MPB): “É um gênero em plena consagração. Depois do Tiago Iorc e de Anavitória, há agora Vitor Kley e Melim performando incrivelmente bem, figurando em todas as listas de mais tocados nas rádios e nas plataformas de streaming e com shows lotados por todo o País”, define.
Segundo o empresário, que também gerencia as carreiras de Manu Gavassi e Tiago Iorc, essa parte da música estava desprestigiada nas rádios e o público estava carente de melodias e letras sinceras como as de Anavitória. Portanto, a estratégia foi “reunir um baita time para gravar o disco e outro baita time para colocar o show na estrada e rodar o País”, conta Simas.
E é assim que o trio leva o negócio. O filme Ana e Vitória foi feito em oito meses com recursos próprios e parceria com as marcas Lupo e Tim, que tiveram product placement no longa-metragem. São marcas que já tiveram uma relação com a dupla em campanhas. O Festival segue na mesma linha. Por hora, toda a realização está sendo feita de forma independente, sem verbas públicas, e sem marcas atreladas em apoio ou patrocínio. Simas diz que agora a organização vai começar a procurar parceiros, mas prevê que a venda de ingressos pela Ticket360 cubra os gastos.
A música, as marcas e o consumo
O próximo passo é a venda de produtos licenciados como as camisetas feitas em parceria com a Euzaria, meias com a Lupo e cadernetas que são vendidas em caráter experimental nos shows e que remetem ao tema “tempo” do novo disco. Os designs são feitos pela Bold Design. “Pretendemos ampliar a linha de produtos disponíveis com a marca Anavitória através de licenciamentos e de uma parceria, em um breve futuro, com um grande player na área de merchandising”, diz Felipe. O executivo também é CEO e sócio da Anavitória Artes, empresa responsável pela marca Anavitória.
“De concreto mesmo, só fazer mais música. Como gosto de dizer sempre, ‘it’s all about music’. Para existir todo o resto, precisam existir primeiro boas canções. A partir do momento em que a música chega e toca as pessoas, aí abrem-se portas e caminhos para todo tipo de vôo”, afirma.
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