Paddy Cosgrave deixa cargo de CEO do Web Summit
Paddy Cosgrave deixa cargo após renúncia de empresários israelenses e de big techs ao evento em detrimento de declarações do CEO sobre a guerra
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Meio & Mensagem
23 de outubro de 2023 - 10h55
No sábado, 21, Paddy Cosgrave, um dos fundadores e CEO do Web Summit, decidiu desligar-se do cargo após retaliação a uma declaração sobre a guerra entre Israel e o Hamas. A organização busca substituir o comando do evento o quanto antes, já que o Web Summit 2023 está marcado para 13 de novembro em Lisboa.
No X, o executivo publicou que estava “chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com a exceção da Irlanda, que finalmente está fazendo a coisa certa”. Ele complementou: “crimes de guerras são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados”. Cosgrave direcionava a fala aos ataques de Israel ao território palestino em resposta à ofensiva do Hamas.
A declaração fez com que empresários israelenses — que publicaram um comunicado pedindo boicote ao evento — desistissem de sua participação no Web Summit deste ano. O mesmo aconteceu com big techs como Alphabet, Amazon, Intel e Meta e Siemens. Em 2022, a conferência reuniu 70 mil pessoas.
Em 17 de outubro, Paddy Cosgrave publicou uma carta pedindo desculpas pelo dano causado. Nela, ele reitera que o Web Summit tem um histórico de parcerias com Israel e empresas israelenses. Além disso, o jornal irlandês Business Post relatou que o CEO assegurou aos colaboradores que ficaria no cargo e que haveria dinheiro suficiente para manter o evento por mais dois anos.
Já no sábado, 21, o executivo decidiu renunciar ao cargo. Ao Insider, o Cosgrave declarou: “Infelizmente, meus comentários pessoas se tornaram uma distração, tirando a atenção das pessoas do evento, do nosso time, dos nossos patrocinadores, das nossas startups e do público que frequenta o evento. Eu peço desculpas sinceras por qualquer dor que eu tenha causado” e anunciou sua renúncia.
O conflito entre Israel e Hamas também causa perdas à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Após um grupo de estudantes assinarem uma carta condenando os ataques de Israel ao território palestino, empresários cobraram uma resposta da instituição e cortaram investimentos à universidade.
Além disso, os executivos pediram uma lista com os nomes envolvidos na carta, para que não os contratassem futuramente. Entre os empresários, estão nomes como Leslie Wexner (ex-CEO da Victoria’s Secret) e o bilionário israelense Idan Ofer, que deixou o conselho executivo da universidade.
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