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As razões que fizeram os jornais crescerem em 2019

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Mídia

As razões que fizeram os jornais crescerem em 2019

Cenário político e econômico do País e transição dos hábitos de consumo da população para o digital são apontados pelo IVC como os motivos da alta da circulação


23 de janeiro de 2020 - 6h00

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(Crédito: iStock

A circulação geral dos maiores jornais do País aumentou no ano passado. Impulsionado pelas assinaturas digitais, o desempenho desses títulos melhorou em um cenário de recente retração e queda nos números.

Na opinião de Pedro Silva, presidente do instituto Verificador de Comunicação (IVC), a transformação dos hábitos de consumo de conteúdo, o investimento dos veículos na qualificação de suas plataformas digitais e a complexidade dos cenários político e econômico do País atualmente pesaram para que os dados de circulação dos grandes jornais fossem positivos no ano passado na comparação com 2018.

Os tópicos abaixo apresentam os motivos que, na visão do IVC, levaram as grandes marcas jornalísticas a encerrar o ano passado de forma mais positiva.

Notícias mais complexas
De acordo com Pedro Silva, é comum as circulações dos jornais aumentarem em anos de eleição. A regra, no entanto, não se aplica em relação a 2019, que registrou crescimento mesmo sem uma disputa eleitoral. Mas os desdobramentos dos resultados das urnas no ano passado colaboraram para que a demanda por notícias fosse mais alta no ano que passou. “Os assuntos mais discutidos ao longo do ano de 2019 era complexos e exigiam uma análise mais aprofundada. Embora estejamos em meio à proliferação de fake news, as pessoas buscam por informações de credibilidade quando precisam compreender melhor um assunto. A Reforma da Previdência é um bom exemplo. O assunto foi trabalhado na mídia há meses e as pessoas tinham curiosidade em entender como essas novas regras afetariam as suas vidas. Há, em todo o mundo, acontecimentos que precisam ser explicados de forma mais complexa e, nesse momento, as marcas jornalísticas consolidadas acabam prevalecendo”, analisa o presidente do IVC.

Alta do digital
Quando se analisa a circulação digital dos cinco maiores jornais do País, todos – com exceção do Zero Hora, do Grupo RBS – registraram crescimento em suas assinaturas digitais em 2019. Essa transição de hábitos de consumo de conteúdo mudou a relação das pessoas com o jornal, que deixou de ser algo pronto e estático para entrar na lógica de uma mídia dinâmica, alimentada continuamente. “Houve um tempo em que os assinantes das versões impressas dos jornais também ganhavam o direito de ter uma assinatura digital e isso acaba influenciando nos dados. Agora, quando conseguimos diferenciar essas assinaturas, percebemos que o digital já responde pela maior parte da circulação dos grandes jornais. Já há algum tempo, as pessoas estão lendo mais o digital do que o impresso”, diz Silva.

Regional, porém universal
Outro ponto que o presidente do IVC atribuiu para o aumento da média da circulação dos jornais é a postura mais universal das coberturas, sobretudo dos pequenos veículos. “Os jornais que eram bem focados nas notícias locais passam a se posicionar como veículos nacionais. A Folha de S.Paulo, por exemplo, apesar do nome, é um jornal nacional que acompanha os acontecimentos do Brasil e do mundo. Isso faz com que o interesse pelo conteúdo aumente em diferentes locais e, também, abre a possibilidade de o veículo conquistar novos mercados”, pontua.

Fortalecimento dos portais
O presidente do IVC também considera que, embora os dados de circulação digital refiram-se às edições “fechadas” dos jornais, que correspondem à determinada data, o consumo de conteúdo jornalístico nos portais dos veículos deve seguir em alta. “Estamos nos preparando para uma transição no consumo dos jornais e vemos que os websites dos veículos começam a ter um alcance ainda maior do que as próprias edições digitais pelo fato de oferecer informações sempre atualizadas. O impresso deve continuar caindo, essa é uma tendência inevitável, mas as pessoas continuarão em busca das informações jornalística no ambiente digital”, conclui Silva,

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