Boicotes geram mudanças no Google
Dentre as principais ações da empresa está uma parceria com a comScore para o fornecimento de relatórios independentes e a mudança de políticas de gestão de anúncios
Dentre as principais ações da empresa está uma parceria com a comScore para o fornecimento de relatórios independentes e a mudança de políticas de gestão de anúncios
Luiz Gustavo Pacete
11 de abril de 2017 - 7h05
Atualizado às 14h
Duas semanas após uma crise de repercussão internacional, que teve como resultado o boicote de marcas no Reino Unido e Estados Unidos ao YouTube, após a descoberta de que anúncios estavam aparecendo vinculados a vídeos extremistas, o Google vem tomando medidas para aumentar a segurança das empresas que investem na plataforma. Dentre elas, um acordo fechado recentemente com a comScore para o fornecimento de relatórios de segurança independentes em campanhas veiculadas no YouTube.
“Desapontamos grandes anunciantes”
De acordo com a comScore e o Google, a colaboração é parte dos esforços para oferecer aos anunciantes maior visibilidade do contexto no qual seus anúncios são exibidos. “Monitorar o conteúdo on-line para a segurança da marca é um desafio complexo, especialmente em um ambiente que tem a vasta escala e o crescimento do YouTube”, disse, em comunicado, Dan Hess, vice-presidente executivo de produtos da comScore.
De acordo com Philipp Schindler, Chief Business Officer do Google, a parceria faz parte dos esforços da empresa de ampliar as ferramentas de transparência e visibilidade. “Começaremos a oferecer relatórios de segurança de marca no YouTube feitos por instituições reconhecidas no mercado. Estamos trabalhando com empresas credenciadas pelo Media Rating Council (MRC) para verificação de anúncios e começaremos a integrar essas tecnologias em breve”, disse Schindler, também em comunicado.
Schindler lembra que, nos últimos dias, a empresa tem dialogado com anunciantes em busca de uma solução. “Ficou evidente que os vídeos que eles haviam sinalizado receberam menos de 1 milésimo do percentual das impressões totais de anúncios feitos por empresas. É claro que removemos esses anúncios imediatamente quando descobrimos que foram exibidos por engano em conteúdo que não atendem às nossas políticas”, esclareceu Schindler.
Outras mudanças aplicadas pelo Google incluem maior controle dado às marcas sobre onde seus anúncios estão sendo veiculados. Informação que foi adiantada por Allan C Thygesen, presidente do Google para as Américas, em entrevista ao Meio & Mensagem. “Desapontamos grandes anunciantes no Reino Unido. Todas as medidas anteriores não estavam boas o suficiente e estamos anunciando novas ferramentas para aprimorar nosso sistema de segurança e permitir que os anunciantes estejam mais seguros ao veicular anúncios em nossas plataformas”, disse Allan.
Boicote de marcas ao Google chega aos EUA
O Google também passa a ter mudanças mais claras com anúncios, aumento de revisões de processos feito por humanos e configurações que permitem às marcas agirem com maior rapidez em casos que os anúncios apareçam vinculados a conteúdo inapropriado. “Acreditamos que a combinação dessas políticas e controles fortalecerá significativamente a capacidade das marcas de alcançar seu público em escala incrível com grande confiança”, diz o Google.
Na semana passada, também como forma de melhorar o ambiente para marcas, o YouTube anunciou uma grande mudança no seu modelo de remuneração. A partir de agora, os criadores precisam alcançar 10 mil visualizações em um canal antes de poder vincular anúncios a seu conteúdo. “Este novo limite nos dá informação suficiente para determinar o valor de um canal. Isso também nos permite confirmar se um canal está seguindo nossas diretrizes e políticas e anúncios. Ao estipular o limite de 10 mil visualizações, também garantimos que o impacto será mínimo em aspirantes à produtores de conteúdo”, disse Ariel Bardin, VP de produto do YouTube, em post da plataforma.
Convocação ao mercado publicitário
Em nota emitida na tarde desta terça-feira, 11, Cristiano Nobrega, presidente do IAB Brasil, convocou o mercado publicitário a discutirem a questão da transparência e segurança na publicidade digital. “As questões de brand safety constantemente são discutidas na publicidade, em seus diversos meios. Sempre houve a preocupação por parte dos anunciantes em buscar um ambiente seguro para a exposição de suas marcas. No ambiente digital, isto não é diferente. Assim como já vivido em outros meios, é preciso tomar providências para garantir um ambiente ideal ao anunciante. E assim será feito para o bem do ambiente em que atuamos. Identificando fragilidades, o mercado se organizará no sentido de minimizar ou eliminar seus efeitos”, disse Cristiano.
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