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Canais esportivos se voltam às mulheres

Seja com transmissões tradicionais ou com atrações direcionadas, veículos vêm investindo para agradar também às espectadoras


5 de outubro de 2016 - 9h01

ESPN-W-Mulheres

Olhas espnW nasceu com a proposta de mostrar o esporte sob uma visão feminina (Crédito: Reprodução)

No mês passado, o canal ESPN estreou o programa Olhar espnW, a primeira atração da história do veículo voltada ao público feminino. A estratégia vai ao encontro de uma tendência que já vem, há tempos, mexendo com as estratégias dos canais esportivos: o aumento do interesse das mulheres por jogos ao vivo e programas esportivos.

“Na média, um terço de nossa audiência (32%) é feminina, variando um pouco entre as modalidades. Na Olímpiada, como sempre acontece, atraímos mais mulheres. Na Rio 2016, atingimos 42% de audiência feminina e na Paralimpíada o alcance foi ainda maior, chegando a 47%”, conta Bianca Maksud, diretora de marketing & produto dos canais esportivos da Globosat.

Segundo Bianca, as mulheres amantes de esportes sempre foram consideradas nas estratégias do SporTV, que procurou investir na aquisição dos direitos de transmissão de modalidades diferentes do futebol. “Compramos direitos e produzimos eventos de grande apelo junto ao público feminino. Somos o único canal esportivo que transmite com frequência e intensidade de outras modalidades que agradam um público mais feminino”, acredita Bianca.

Apesar de reconhecer a importância de atrair mulheres para sua grade, o SporTV não adotou a estratégias de produzir programas femininos. “Nosso público é o real amante do esporte, espalhado em diversas modalidades e, dentro desse conceito, não existe necessariamente gênero, por o grande amante do vôlei não tem sexo nem idade”, exemplifica Bianca. “O que talvez pode ser diferente entre homens e mulheres seja o jeito de amar e viver cada um desses esportes”, pondera.

No caso do Canal Combate, dedicado às competições de lutas e MMA, a ideia também é atrair a audiência feminina com o próprio cardápio da grade. “Entendemos que o consumo de lutas é universal mas temos, sim, uma grande preocupação na escolha de alguns temas que falem mais com o universo feminino. Recentemente, produzimos uma série chamada MMA em Família, que mostrava o lado mais humano dos atletas e a relação dele com os familiares”, conta Daniel Quiroga, gerente de negócios do Canal Combate.

Invicta-MMA

Invicta, torneio de MMA dedicado às mulheres, passou a integrar a grade do canal Combate (Crédito: www.invictafc.com)

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Na opinião do executivo, a entrada da categoria feminina no UFC e a busca por atividades físicas envolvendo lutas nas academias colaboraram para o crescimento do interesse da audiência feminina. “Tudo isso ajuda muita na difusão do esporte”, comenta.

Outros exemplos de investimentos femininos do Combate são o Invicta, um evento de lutas no qual as participantes são todas mulheres. O canal também prepara uma nova série que colocará o gênero feminino em destaque. “Trabalhamos com a Conspiração em um projeto que se chamará Mulheres na Luta e será 100% dedicado ao universo feminino. É uma série na qual estamos apostando muito”, revela Quiroga.

No caso da ESPN, antes do anúncio do programa dedicado às mulheres, já havia uma preocupação em produzir algo direcionado somente para esse público. Em março, o veículo trouxe ao País o portal espnW, uma plataforma digital de conteúdo esportivo sob a ótica feminina. Agora, com o Olhar espnW, o canal pretende estreitar ainda mais os laços com as amantes dos esportes.

Questionado a respeito das estratégias para atrair a audiência feminina, Eduardo Zebini, vice-presidente sênior e CCO da Fox Sports Brasil, declarou que os canais do grupo têm “uma grade voltada a diversos públicos e ampla cobertura de variadas modalidades e eventos” e que ‘conta em seu time de talentos com apresentadoras, apresentadores, comentaristas e repórteres que dialogam com todos os públicos e fixas etárias”.

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