Flix Media otimiza plataforma programática para cinemas

Renan Honorato
3 de junho de 2024 - 6h20

A Lenovo utilizou do inventário da Flix Media para executar uma campanha com mídia na tela e ação no hall (Crédito: Divulgação)

A Flix Media atualizou a plataforma de anexação de dados para campanhas em parceria com a Magnite, empresa independente de publicidade programática. Com isso, a empresa especializada em anúncios em cinemas também vai executar as campanhas de parceiros por meio de tecnologias automatizadas.

Parceira de mídia programática da Netflix, a Magnite fez a integração do inventário da Flix Media. Para isso, a ferramenta utilizou tecnologias de supply-side platform (SSP) anexadas ao ao Google Display&Video 360º. Com isso, a automação permite aos anunciantes gerenciarem o acervo de publicitário tanto na web quanto no digital out-of-home (DOOH).

Há alguns anos a sede da Flix Media, em São Paulo, remotamente distribuí a publicidade das marcas nas duas mil telas dos parceiros nacionais, Dentre os quais, estão Cinemark, Kinoplex e Cinépolis. Porém, para Cristiano Persona, vice-presidente de operações da Flix, “o desafio foi integrar nosso sistema de informação com a Magnite”.

Os clientes da Flix Media – como Itaú, GM, PicPay e Americanas – vão acessar relatórios em um layout organizacional dinâmico. Com isso, a partir da automatização programática dos anúncios, as marcas vão acompanhar na interface da Flix a performance dos anúncios em tempo real. Além disso, o relatório de pós-vendas ainda trará os dados de ingressos vendidos fornecidos pela Comscore.

“A Flix foi criada para que o cinema, enquanto mídia, tivesse todas as métricas e as entregas que o mercado demanda” diz Adriana Cacace, diretora geral da Flix na América Latina e Brasil. “Com essa parceria, nós percebemos que precisávamos facilitar o planejamento dos planos de mídia e a entrada de clientes”, acrescenta.

Crise no cinema

Apesar do otimismo com a atualização, em 2023, o shre do investimento em mídia em cinemas foi de 0,3%, segundo o Cenp-Meios. “Nosso meio é pequeno, mas é consolidado. Nos últimos anos, vimos uma evolução em investimento no cinema, o que estamos tentado entender é essa amostragem, o que está acontecendo com esses dados. Somos um meio pequeno, mas  evoluímos”, diz Adriana. Apesar de não abrirem a receita da empresa, em 2023 a Flix diz ter ampliado o faturamento em 32% .

A principal métrica usada pela Flix Media é o custo por view (CPV). Afinal, a dinâmica do cinema exige que as atenções estejam focadas no que é exibido na telona na maior parte do tempo. Em razão disso, os executivos avaliam que os riscos de anunciar no cinema são poucos. Porém, destacam que a baixa bilheteria em alguns filmes podem acarretar mudanças de rotas, que já são considerados pelo planejamento da Flix.

“O risco que o anunciante sofre é de impactar mais pessoas quando temos uma semana que vai além do projetado” diz Persona. Ele também acrescenta: “Tem um movimento de mercado que nos favorece que são as marcas querendo conversar com a audiência em momentos reais e sair do momento online, com vídeos curtos e skip, onde a conversa é mais rápida”.

Novos negócios da Flix Media

No começo de maio, o Itaú vendeu o Espaço Itaú de Cinema em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília para rede Cinesystem. Há 25 anos no mercado exibidor, a Cinesystem também faz parte do ecossistema de parceiros da Flix Media. Além disso, na Rede Flix Digital, os anúncios podem ser veiculados nos sites dos exibidores parceiros composto por mais de 9 milhões de leads únicos.

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Outra frente de negócio explorados pela plataforma de mídia são os formatos digital out-of-home (DOOH). Com quase 1.060 monitores e outros 80 em grande formatos, a Flix utiliza das telas em saguões de cinema e shoppings para desdobrar campanhas em 360º. Apesar da Flix oferecer esse formato como complemento, alguns clientes já utilizaram apenas o DOOH, como o Mercado Livre. A Lenovo utilizou do inventário da Flix Media para executar uma campanha com mídia na tela e ação no hall dos cinemas conveniados.

Para Adriana, apesar de não ser a regra, existem clientes que pensam no formato específico para cinema, “que tiram partido do meio de forma brilhante”, diz. “Queremos que o cinema seja um veículo 360º que entrega vídeo na tela, DOOH nas telinhas ou pode fazer um estande no saguão com alguma experiência”, comenta Persona.