Há 11 anos na internet, Virgula mantém a jovialidade

Nathalie Ursini
18 de julho de 2012 - 12h17

Aos 11 anos de trajetória, o Portal Vírgula alcança 7,5 milhões de visitantes únicos e 85 milhões de page views por mês, com público variado entre 16 e 35 anos que consome informações de segmentos como música, entretenimento, lifestyle, esporte e outros. Segundo o sócio Luiz Calainho, o ano de 2012 deve fechar com recorde de faturamento, R$ 15 milhões brutos, e também de audiência com o projeto Pânico na Internê. Calainho conta do desafio de ser sempre inovador em um mercado que se reinventa a todo o momento. 

Questão de jovialidade
O Vírgula nasceu para ser, de fato, um portal de cultura pop com foco no segmento jovem e nos primeiro dois anos tínhamos esse público, do ponto de vista de faixa etária. Já hoje nem tanto. Estamos com um target que vai dos 16 até os 35, 40 anos. Então tem muito da questão de jovialidade de espírito. O portal veio amadurecimento e o público veio junto com ele. Esse conceito de jovem está muito dissolvido. O que é ser jovem? A pessoa pode ter 70 anos e ser jovem de cabeça; enquanto outra pode ter 20 anos e ter cabeça ultrapassada.  

A evolução do público
A cabeça do internauta mudou muito em função do compartilhamento. A internet passou a ser um espaço onde as pessoas (obviamente) interagem entre si e elas, em si, se transformam em veículos de comunicação. No início, o Vírgula era um serviço onde nós produzíamos o conteúdo e entregávamos para eles. À medida que a audiência foi ficando mais velha e os hábitos da internet também, começamos a nos transformar para que, de alguma forma, pudéssemos compartilhar conteúdo e construí-lo junto com os internautas. O Vírgula acompanhou o processo de modificação da própria internet. Um dos pontos relevantes do portal é que ele soube se reinventar ao longo do tempo. E no processo de reinvenção ele acompanhou o amadurecimento do target. Soubemos entender a modificação, a diferença de percepção e acima de tudo que não é possível ser um veículo de comunicação no formato clássico, especialmente na internet. Temos de interagir de alguma forma. Conseguimos reter a audiência inicial que o portal teve e amadurecer junto com ele, e ao mesmo tempo nos comunicar com a nova audiên­cia que entra com a cabeça de compartilhamento do novo conteúdo.  

Concorrência
Chegamos nesses 11 anos com o ativo de ter construído uma história, mantendo e amadurecendo a audiência dos anos 2000, trazendo novos públicos. Temos uma ótima parceria com o UOL, e sempre temos chamadas na home page. É um portal rico de conteúdo com várias editorias, targets diferentes. No segmento jovem de internet, o Vírgula sempre obteve a posição de supremacia e preponderância. Consideramos todos os portais como concorrentes, afinal dividimos verbas publicitárias com todos eles G1, UOL, Terra. 

Publicidade 3D
Desde o lançamento do portal, não trabalhamos com a divisão editorial e comercial. Percebemos que conteúdo pode ser relevante para a mensagem publicitária das empresas e para o posicionamento das marcas. Claro que o conteúdo deve ser relevante e a marca deve ter aderência à empresa do grupo de comunicação. Nada contra um açougue, mas criar um canal no Vírgula para um açougue não daria muito retorno. Mas empresas como Oi, Nokia, Google, Skol, são companhia modernas e contemporâneas. Com elas, sempre soubemos criar plataformas onde o conteúdo está a serviço da marca, e a marca, interagindo com o conteúdo, oferece para o internauta/consumidor algo a mais do que meramente a mensagem publicitária. Tenho convicção de que cada vez mais os vice-presidentes de mar­keting, diretores de marketing e empresários estão entendendo que não dá para ter a mensagem publicitária pelo simples fato de ter. Hoje o consumidor deseja algo a mais, há conceitos de sustentabilidade, informação, experiência, e esse algo a mais é o conteúdo. Estamos trabalhando para fortalecer essa área. 

Redes Sociais
Vejo o Facebook como outro nível de internet, é uma internet paralela. O conteú­do relevante e benfeito sempre terá seu espaço, principalmente o veículo que tem credibilidade. Independentemente do meio de distribuição, seja por compartilhamento, seja pelo próprio espaço. Mas não por isso deixamos de ter nossas páginas. Temos nossa área no Facebook (53.762 likes), no Instagram (1.518 seguidores) e no Twitter (1.318 seguidores). Mas tendo claro que o prestígio de quem constrói e cria o conteúdo está acima do meio de distribuição. Estamos atentos às redes sociais, mas temos consciência de que o produto de conteúdo sempre será produto de conteúdo porque sempre haverá necessidade de consumir conteúdo, independentemente da plataforma. 

Pânico na Internê
O ambiente do Pânico na internet sempre foi propriedade do Vírgula e depois que o programa foi para a TV não conseguimos fazer um acordo com a RedeTV. A emissora criou um ambiente na web totalmente isolado, que refletia meramente o que era o programa, com fotos e vídeos do que tinha passado. E nós mantínhamos o site do Pânico com outras variantes. Esse não era o modelo ideal. O ideal é que estejam juntos. Quando surgiu a oportunidade com a mudança para a Band, propusemos criar um ambiente único, afinal é um produto único. Foi quando surgiu o Pânico 3.0, e não tenho dúvida de que será a primeira grande experiência de convergência real time do ambiente TV ao vivo com ambiente web ao vivo. O Pânico na Internê foi construído em parceria com a Band, e queremos fomentar o hábito de assistir à TV conectado a um computador, smartphone ou tablet. Funciona da seguinte forma: você assiste ao programa na TV e quando entra o intervalo comercial você vê os bastidores na internet. O perfil do telespectador do Pânico é de quem curte web, que interage e está nas redes sociais. Eles querem ver a Sabrina retocando maquiagem, o Ceará batendo no Vesgo. Você conhece a cozinha do Pânico entre os blocos. Quando o programa termina, em outro estúdio, prosseguimos com mais 20 minutos só na internet. Será uma virada espetacular. Outro detalhe pensado é a questão da publicidade, com uma série de formatos novos, com interatividade nos anúncios. Teremos também quatro cotas de patrocínio, sendo uma delas de apresentação. Estamos totalmente focados nisso, e esperamos um aumento de 20% na audiência do site.

Projetos
Estamos muito focados no projeto do Pânico, pois acreditamos em uma virada importante no ponto de consumo de mídia atrelado à marca. Ao mesmo tempo, estamos reformulando o portal do Vírgula tanto na parte de layout como na parte editorial. Ampliamos os assuntos para renovar o conteúdo, e vamos montar uma editoria no Rio de Janeiro. O Rio é uma cidade que está renascendo e tem todo seu jeito especial de ser. Até o fim deste ano montaremos um canal dentro do Vírgula que será ambientado na capital carioca.