NRF 2024: a relação entre as marcas e a Geração Z

17 de janeiro de 2024 - 12h01

NRF e mais um dia marcante. Um evento que tem Magic Johnson na palestra de abertura vai ficar na cabeça de todo mundo. Ele falou sobre motivação, empreendedorismo e visão de negócio. Mas, além dessa palestra espetacular para abrir o dia, três marcas – H&M, Spotify e McDonald´s – se juntaram para falar de futuro e, consequentemente, da Geração Z.

Mas, afinal, quem são esses consumidores? As estratégias digitais voltadas à Geração Z, pessoas nascidas entre meados de 1990 e o final da década de 2010, tornaram-se uma obsessão para marcas como essas, que estão determinadas a compreender e conquistar esse público único.

O Spotify quer oferecer muito além da música. Eles querem atingir uma geração que busca conhecimento e preocupa-se com o ambiente de trabalho, motivação e o desenvolvimento de suas carreiras após a formação acadêmica. Querem ajudar a Geração Z a crescer com aprendizado contínuo, pois é clara, dentro dessa faixa etária, a preferência por podcasts para adquirir conhecimento sobre temas que não foram abordados na faculdade, por exemplo, e há uma sede por mais conhecimento.

Já o McDonald´s trabalha para oferecer uma linguagem interessante e que traga conexão com seu público. Além disso, começa a repensar o espaço físico e como será o futuro da rede neste sentido. Há uma estimativa de que, em 2030, 55% das lojas do McDonald´s tenham a menor taxa de visita em 45 anos. E como fazer para reverter essa situação e trabalhar para conquistar a Geração Z? O McDonald´s sabe que é uma geração apaixonada por grandes marcas, mas trabalhar a longevidade delas é essencial.

De fato, essa palestra, que trouxe a discussão sobre a Geração Z e o panorama dos próximos anos, foi essencial. E o mais legal disso é a conexão com a palestra de Magic Johnson, o grande destaque do dia. Ele trouxe palavras poderosas sobre liderança e fez questão de destacar a essência do sucesso como o cultivo de equipes e a promoção do crescimento coletivo. Johnson ainda enfatizou que a liderança vai além do título, capacitando outros a serem líderes e empreendedores. Suas palavras sobre preparar equipes para o futuro, valorizar habilidades e promover o respeito mútuo foram valiosas em diversos sentidos.

Trazer e compartilhar tendências é muito do que eu entendo como algo positivo: quando escrevo esses textos, é justamente na difusão de ideias em que penso. Inclusive, não vejo a hora de voltar para o Brasil e fazer isso com o meu time: compartilhar! A colaboração faz com que as empresas continuem crescendo. Difundir informações de valor gera riqueza.

Mas Johnson, além de todos os ensinamentos inspiracionais, trouxe uma história muito interessante sobre a sua filha, de 20 anos, integrante da Geração Z, contando como ela quis abrir um negócio, mas queria apenas “dinheiro” para isso, não pensou em um plano, não pensou em uma estratégia.

Diante disso, Johnson mostrou os caminhos: após sua filha chegar, basicamente, com um papel de pão e um sonho, ele disse que era preciso mais: “Quero um plano de negócio”, afirmou. Então, ela desenhou o plano e apresentou. “Mas, sem números, o que você planeja de crescimento, lucros, faturamento e afins?” Mesmo contrariada, ela voltou e desenhou todo o planejamento, dessa vez, com os números. Johnson aprovou a ideia e o que ela tinha idealizado e, hoje, o negócio é um sucesso. Talvez esse seja o grande desafio de lidar com a Geração Z, explicar o “não-imediatismo” para eles. Para tudo há um tempo e um caminho a ser percorrido que, às vezes, é um pouco maior que um vídeo no TikTok.