Assinar

A hora e a vez do relacionamento

Buscar
Publicidade


10 de outubro de 2019 - 17h57

(Crédito: istock)

Trago boas notícias para empresas e profissionais das agências de comunicação corporativa. E novidades ainda melhores para gestores de comunicação das organizações públicas e privadas. As transformações velozes e furiosas que atingem a indústria da comunicação como um todo elevaram o relacionamento com públicos estratégicos à condição de necessários e fundamentais. E são as agências de PR, que no Brasil conhecemos como de comunicação corporativa, as empresas mais habilitadas para diagnosticar, planejar e implementar ações de relacionamento com os stakeholders. É claro que a publicidade, o marketing, o digital e todos os segmentos de nossa indústria continuarão a desempenhar papel importante na venda de produtos e serviços. Mas vivemos cada vez mais mergulhados na era em que o consumidor — e cidadão — quer respostas qualificadas, informação, conteúdo e diálogo com as marcas e com os gestores públicos.

A Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), entidade da qual sou o executivo, reúne mais de 170 empresas do setor, respondendo por cerca de 80% do faturamento de nosso mercado, que em 2018 foi da ordem de R$ 2,47 bi. Temos desde empresas “boutique”, com poucos funcionários e equipes altamente qualificadas tecnicamente, até as gigantes do setor, algumas com mais de 400 profissionais. Empresas nacionais, multinacionais, participantes de grandes grupos ou independentes, muitas das quais com conexões internacionais. O que faz de nosso setor um segmento antenado com o que de mais novo e profissional se faz no mundo de PR em todo o planeta, especialmente em mercados centrais, como o britânico e o norte-americano. Em termos de boas práticas e consistência técnica, estamos alinhados.

Uma das marcas do mercado brasileiro de PR é o crescente índice de profissionalização das empresas. Quando a Abracom foi criada, eram raros os departamentos financeiros e as áreas de RH nas agências. Com o crescimento do setor, a gestão das empresas passou a ser uma preocupação dos empresários para ampliar o nível de formalização das relações de trabalho, implantar políticas financeiras e de relacionamento com os funcionários e promover a descoberta e retenção de talentos. Afinal, a base de uma boa agência de comunicação corporativa é sua equipe, a inteligência embarcada e a capacidade multidisciplinar de encontrar as melhores respostas para os desafios cada vez mais complexos do mundo da comunicação.

Sim, falei em multidisciplinaridade, porque essa é uma marca da evolução do nosso segmento. Nos primeiros anos de existência da entidade, pesquisas apontavam uma ampla maioria de profissionais oriundos do jornalismo presentes nas equipes das agências. Esse índice chegava próximo dos 90%. Eram tempos em que o serviço de relações com a imprensa dominava a carteira de serviços do setor. Hoje, temos cerca de 50% de formados em jornalismo, sendo que muitos têm segundas e terceiras formações em negócios, marketing e relações públicas, entre outras áreas do conhecimento. E como os serviços são cada vez mais diversificados, se você fizer um overview sobre as agências, vai encontrar advogados, antropólogos, matemáticos, economistas, sociólogos, designers e uma infinidade de outras formações que compõe um quadro cada vez mais diverso.

E para que as ações de comunicação baseadas em relacionamento sejam cada vez mais eficazes, é preciso investir em tecnologia, inovação e fazer parcerias com startups e centros de pesquisa de universidades. É isso que empresas de ponta do setor, e a própria Abracom, buscam, para subsidiar gestores e profissionais a respeito do impacto e da necessidade de trabalhar a inteligência de dados, manejar os algoritmos e entender como direcionar conteúdos para públicos cada vez mais pulverizados.

Para que a entrega tenha valor estratégico, temos outra preocupação. É preciso que as concorrências sejam cada vez mais certeiras. E temos trabalhado o tema em parceria com a ABA e também através de nosso projeto “10 passos para uma concorrência legal” (encurtador.com.br/sCUY5) , em que orientamos áreas de compras e de comunicação sobre como desenvolver um processo de contratação que busque a melhor empresa, com a melhor proposta técnica, equipe capacitada e preço justo.

Porque, se o briefing é torto, a contratação também será. Uma boa concorrência, entendemos, precisa tratar com igualdade os concorrentes, exigindo a aplicação das leis trabalhistas na contratação de equipes, valorizando a qualidade e a senioridade dos profissionais do atendimento e, principalmente, fazendo um diagnóstico prévio das necessidades de comunicação que levem à escolha dos melhores produtos e serviços necessários para a obtenção de bons resultados.

Bem-vindos à era do relacionamento.

**Crédito da imagem no topo: iLexx/iStock

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Impactos do retail data

    Como usar os dados do varejo para guiar a estratégia de marca

  • O grande momento

    Ao mesmo tempo em que abre espaços para o reconhecimento a novas lideranças, o Caboré se mantém como principal palco para honrar pessoas e marcas consagradas por suas contribuições à evolução da indústria