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Opinião

Inverno das startups: os investimentos vão, a reputação fica

Estamos no exato instante em que a percepção de uma boa governança corporativa pode comprovar ou não a robustez das empresas.


17 de agosto de 2022 - 14h00

(Créditos: Shutterstock)

Embora o momento seja indiscutivelmente desafiador, existe uma luz no fim do túnel para startups. Na verdade, algumas luzes. Todo o barulho causado pelas recentes demissões das empresas de tecnologia pode ter escondido a força de um dos maiores ativos de uma marca: a reputação.

Estamos no exato instante em que a percepção de uma boa governança corporativa pode comprovar ou não a robustez das empresas. Mais do que um produto inovador, a seriedade com que os negócios estão sendo conduzidos por seus fundadores e executivos é o que vai impactar na velocidade da recuperação dessas marcas.

Isso porque os momentos desafiadores passam, o mercado volta a se estabilizar e, consequentemente, os investimentos voltam. E, nesse retorno, quem tiver a reputação mais consistente sairá na frente.

A lógica é a mesma para um cenário pré-crise. Em um momento em que uma startup busca captação de recursos, seja em fase pre-seeding, seeding ou Série A, promover uma imagem de solidez institucional é indispensável. Se antes nenhum fundo de venture capital ou private equity aportaria financeiramente uma marca que não fosse vista, no novo cenário as empresas precisarão ir além: serem vistas de forma positiva.

Vale lembrar que nem toda empresa que está demitindo queimou caixa de maneira irresponsável e nem todos os executivos não souberam gerir seus negócios. Embora isso tenha acontecido, algumas das demissões estão sendo feitas de maneira preventiva, visando manter o caixa sob controle.

Demitir pessoas nunca é o caminho ideal, mas, em alguns momentos, esse ajuste de rota pode ajudar a manter a operação e, certamente, evita o desligamento futuro de toda a equipe por insolvência. Esse entendimento, por mais óbvio que possa parecer, muitas vezes não é redirecionado da maneira adequada dentro das empresas, o que implica diretamente na reputação da marca.

De todo jeito, a tendência é que o sarrafo dos investidores esteja cada vez mais alto. Quando a turbulência passar e essas startups precisarem captar mais investimentos, entre as muitas coisas que os fundos de capital de risco vão olhar estará, indiscutivelmente, a reputação.

A máxima de que momentos desafiadores criam pessoas fortes nunca foi tão verdadeira. E, dentro desta filosofia, quem tiver usado a reputação para conquistar a confiança de seus stakeholders sustentará uma liderança de mercado que vai além dos números e estará intrínseca à marca.

 

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