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TV em tempos de pandemia

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Opinião

TV em tempos de pandemia

Como a crise do novo coronavírus tem moldado a relação entre marcas e televisão


4 de junho de 2020 - 12h59

(Crédito: Roibu/ iStock)

Em 2020, tudo mudou. Ao redor do mundo, as pessoas tiveram suas rotinas alteradas pela pandemia do coronavírus e pelas medidas de isolamento social, aplicadas para evitar a propagação da Covid-19. Permanecer em casa por mais tempo causou grandes mudanças nos hábitos e nas relações, incluindo, de forma inevitável, as de consumo. O consumo de conteúdo e de bens, essenciais ou não, tem sido profundamente impactado, exigindo um novo olhar e revisão da atuação dos gestores de marcas. O trabalho, antes planejado com bastante antecedência, agora exige mais agilidade, para acompanhar a evolução dos sentimentos da sociedade com relação às incertezas provocadas pela doença. E nesse cenário, a televisão tem reforçado seu papel como ponte segura entre anunciantes e consumidores, por sua capacidade de adaptação, com flexibilização das grades para atender as demandas das pessoas, sua capilaridade e, principalmente, pela confiança que os espectadores depositam tanto nos canais de TV aberta quanto fechada.

Desde o início da pandemia, as expectativas das pessoas com relação às ações e posicionamento das marcas tem mudado com bastante frequência. Em uma primeira onda, havia um interesse em compreender o que as empresas estavam fazendo para ajudar a sociedade a superar a difícil situação em que estamos, com mensagens focadas em parceria para o enfrentamento. Era o momento, também de uma intensa procura por informação, de qualidade e credibilidade, sobre a evolução da pandemia no Brasil. Já em uma segunda onda, o desejo era que as marcas oferecessem conteúdos de entretenimento, que ajudassem os consumidores a relaxar e esquecer um pouco da situação – boa hora para estar nos intervalos e oferecimento de programas de variedades, humor e transmissão de lives. Agora, estamos chegando a um momento em que, mais adaptadas, as pessoas esperam certa volta à normalidade, com campanhas focadas no cotidiano, ainda comentando sobre ações pensadas para ajudar os consumidores, mas também com promoções e flexibilização de pagamento, por exemplo. Em todas essas ondas, a TV esteve, e estará, ao lado dos anunciantes, como parceiro estratégico e confiável para compartilhar mensagens com milhões de pessoas realmente conectadas ao conteúdo.

No Brasil, dados do Ibope mostram o fortalecimento da conexão da sociedade com a televisão, a partir do crescente consumo de conteúdo televisivo. Algo comprovado tanto pelo aumento no número de televisores ligados, que chegou a +17% na média diária em todo Brasil, quanto no tempo dedicado à atividade, que agora chega à 7h32 min diários, um crescimento de 20%. O perfil do público também tem mudado, com especial destaque para o aumento da audiência entre os mais jovens. A quantidade de espectadores entre 12 e 17 anos, registrou um crescimento de 21%, e entre pessoas de 35 a 49 anos, o aumento chegou a 22%. Faixas etárias que mais tiveram suas rotinas alteradas por estarem, respectivamente, em idade escolar e no grupo que representa 35% da força de trabalho brasileira. Houve, ainda, incremento de audiência nas diferentes classes sociais, sendo de 26% na classe AB; 16%, na classe C; e 8%, na classe DE. Público que se destaca, ainda, pela grande confiança depositada nos canais de TV aberta e por assinatura.

Já de acordo com uma pesquisa realizada pela Globo, 69% dos brasileiros declararam se informar sobre a Covid na TV aberta e 32% na TV por assinatura. Além disso, 74% da população brasileira disse confiar nas informações passadas pela TV aberta e 72% nas informações passadas pela TV por assinatura.

A confiança e a credibilidade depositadas na TV, sem dúvida, são essenciais também para as marcas, que podem se beneficiar dessas características para fortalecer a conexão com seus consumidores. Uma relação que ganhou ainda mais relevância durante a pandemia e que deve ser fortalecida na retomada e reestabelecimento da rotina, quando as pessoas precisarão estar ainda melhores informadas e atentas, além de abertas para o consumo, após enfrentarem a demanda reprimida imposta pelas incertezas da epidemia.

*Crédito da foto no topo: iStock

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