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Uma nova geração de líderes para a indústria da comunicação

Conheça a primeira turma formada do Fill the Gap, curso para desenvolvimento C-Level, voltado para grupos sub-representados


20 de dezembro de 2023 - 0h00

A necessidade de maior diversidade e inclusão à frente de grandes empresas não é novidade — mas a adoção de políticas afirmativas ainda pode ser considerado algo recente. De olho na desigualdade e falta de representatividade no mercado de comunicação, as agências AlmapBBDO e Soko e o Grupo Dreamers — que possui empresas como Artplan, Convert e A-Lab — formaram, por meio do curso gratuito Fill the Gap, 35 profissionais de grupos sub-representados em cadeiras de liderança, principalmente as de C-Level.

O projeto contou com a cocriação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e o apoio de André Chaves, fundador do Papel e Caneta, coletivo sem fins lucrativos que visa unir líderes da comunicação em prol de causas sociais.

Foram 1128 inscritos para participar da primeira turma da iniciativa, que aconteceu neste segundo semestre de 2023. O conjunto de estudantes, selecionado pela consultoria EmpregueAfro, foi formado por mulheres negras (57%), LGBTQIAPN+ (40%), homens negros (34%), transexuais (8%) e indígenas (1%) — a soma é maior do que 100%, porque há intersecções entre os grupos.

Parte da turma do curso Fill the Gap com a convidada Domitila Barros

Parte da turma do curso Fill the Gap com a convidada Domitila Barros

As pessoas estudantes selecionadas foram profissionais que já têm um histórico de sucesso profissional e que, em sua maioria, estão em cargos de gerência. Como próximo passo, almejam assumir, no mercado brasileiro, uma cadeira de liderança executiva em companhias que atuam.

Além do grupo de professores e professoras da ESPM, o Fill the Gap contou com a participação de lideranças do mercado, como Helena Bertho, diretora global de diversidade e inclusão do Nubank, a influenciadora Domitila Barros e Daniela Cachich, presidente de beyond beer na Ambev.

“É muito interessante vermos isso funcionando e dando certo, mesmo em um mercado que ainda é estruturalmente hétero, masculino, branco e cisgênero. Essa força é muito intensa, quando chega no mercado. O curso tornou-se uma metalinguagem de que isso precisa mudar”, afirma Bárbara Zachi, coordenadora e docente do Fill the Gap.

A ausência de lideranças diversas

Entre os líderes de agências, 50,2% são homens e 49,8%, mulheres. Em relação à raça e etnia, 88% são autodeclarados brancos e 10,3%, negros. Em termos de orientação sexual e identidade de gênero, 16,2% são profissionais LGBTQIAPN+. A ausência de pessoas com deficiência (PCDs) também é grande, com 0,7% autodeclarações. Sob a ótica da idade, 6% são profissionais com 50 anos ou mais.

Os dados integram o censo Publicidade Inclusiva: Censo de Diversidade das Agências Brasileiras, realizado pela consultoria Gestão Kairós e pelo Observatório da Diversidade na Propaganda (ODP) por meio de entrevistas individuais com líderes de 28 agências e sistematização analítica dos principais elementos sobre diversidade e inclusão.

10,3% de pessoas negras em posição de liderança
*Negros são 56,2% da população geral

0,7% de pessoas com deficiência (PCDs) em posição de liderança
*PCDs são 7% da população geral

Não há dados suficientes para ter a % de pessoas trans em posições de liderança
*Pessoas trans são 2% da população geral

Do tradicional à ancestralidade e pertencimento

A ideia do Fill the Gap surgiu a partir do incômodo de três dirigentes da indústria da comunicação, homens-brancos-cis, sem deficiência – Felipe Simi, CEO e CCO da Soko; Filipe Bartholomeu, presidente e CEO da AlmapBBDO; e Rodolfo Medina, presidente executivo do Grupo Dreamers.

A construção do currículo acadêmico foi essencial para fomentar o objetivo de ajudar profissionais C-Level a lidar com um mercado em transformação. Além das disciplinas tradicionais de formações de alta liderança, o curso pôde ampliar o debate para temas como ancestralidade e pertencimento.

O grupo docente trabalhou com base em cinco trilhas de aprendizagem: Trilha de Engajamento, que incluiu a reflexão sobre a própria história das pessoas alunas; Trilha de Desenvolvimento Profissional, com coach de carreira e mentores do mercado; Trilha de Autoconhecimento, que trabalhou disciplinas de autoestima, inteligência emocional, diversidade e inclusão, inglês corporativo, marca pessoal e técnicas de oratória; Trilha Relacional, com aulas sobre liderança, sucessão, reputação, imagem corporativa e gestão de crise; e Trilha Corporativa, que trabalhou disciplinas de projetos, negócios, finanças e ESG.

O resultado foi um avanço das pessoas alunas na compreensão do próprio preparo em relação aos cargos de C-level, indicou a pesquisa interna da ESPM junto aos participantes. Essa possibilidade era, muitas vezes, vista como inatingível para representantes de grupos minorizados. “Esse respeito às nossas vivências era o que precisávamos para entender que tudo faz parte desse novo arcabouços de habilidades”, afirma Rejane Romano, diretora de comunicação no Publicis Groupe. Para a executiva, o aspecto participativo e a gama variada de disciplinas do curso foi essencial para ampliar o leque de aptidões usadas no dia a dia do trabalho.

“Fizemos um mergulho muito profundo em elementos que qualquer C-Level precisa ter na indústria, mas principalmente quais eram os pontos de dor que esses grupos minorizados têm no mercado de trabalho. O resultado foi um curso que trouxe não só a dimensão técnica, mas também o empoderamento dessas pessoas”, destaca Caio Bianchi, diretor acadêmico de educação continuada da ESPM.

Agentes da mudança

Para a equipe responsável pelo curso, a expectativa foi de que as ferramentas e disciplinas transmitidas ao longo do semestre sejam um agente de mudança do grupo e das instituições que participaram da iniciativa e do mercado como um todo. A característica coletiva e reflexiva das aulas contribuiu para esse objetivo. Quando o corte é um curso de alta liderança, isso se torna ainda mais latente, com o processo de aprendizagem dando frutos tanto para as pessoas alunas quanto para o grupo docente.

“A expectativa é que dessa turma saia um grupo de profissionais mais capacitado e crítico, de uma maneira construtiva em relação a si próprio e ao seu entorno. Um curso não termina quando acaba. A ideia é que continue reverberando nos espaços que essas pessoas ocupam nos ambientes de trabalho e pessoal”, afirma Caio Bianchi, diretor acadêmico de educação continuada da ESPM. Ainda não há uma data para a próxima turma do Fill the Gap.

“Nas aulas, tivemos uma legitimação para trilhar novos caminho. Abrimos portas, mas não pode acabar aqui. Que venham novas turmas do Fill the Gap!”, afirma Danielle Martins, aluna do curso e executive manager da TIM Brasil — cargo conquistado enquanto ela estava na jornada de formação do Fill the Gap.

Conheça as pessoas formandas do Fill the Gap

Os 35 participantes da primeira turma do curso Fill the Gap concluíram a jornada construída pela ESPM, em parceria com a AlmapBBDO, Soko e Grupo Dreamers, agora em dezembro. A iniciativa tem como objetivo formar pessoas de grupos sub-representados para cargos C-Level. Por seis meses, essas pessoas estudantes reuniram-se virtualmente, duas vezes por semana, para construir habilidades profissionais e emocionais necessárias para ocupar um cargo de liderança em grandes companhias. O curso contou com cinco trilhas de aprendizagem e, além do corpo docente da ESPM, trouxe profissionais que são referência no mercado de comunicação. No grupo, estiveram 20 mulheres negras, 12 homens negros, três transexuais, uma pessoa indígena e 14 LGBTQIAPN+.

Alexander Davidson, Big, associate creative director na Ogilvy Brasil
Alexandre Tufi, head de conexões e estratégias na Convert
Anderson Oliveira, gerente de planejamento na Artplan
Bárbara Santos, brand estrategy lead no Gringo
Beta Maria, account manager na Soko
Cá Gusmão, planejamento de canais na Convert
Caroline Menezes, sócia fundadora na TRIO Agency + Play
Catalina Arica, estrategista digital na FSB Comunicação
Danielle Martins, executive manager na TIM Brasil
Darcélia Silva, project manager Latam na Oracle
Debora Moura, head de diversidade e inclusão no Grupo Dreamers
Douglas Martins Afonso, diretor de criação e planejamento de live marketing na AlmapBBDO
Iron Brito, diretor de criação na AlmapBBDO
Jaqueline David, head de estratégia na Monkey Land
Jeferson Chagas, diretor de estratégia e criação na Play9
João Souza, creative director na Soko
Luana Ribeiro, sócia e diretora criativa na Casa Lab
Marcela Ramos, CEO e produtora executiva na Mafalda Produções
Marcello Dughettu, head criativo e executivo na agência DUTO
Maria Gal, apresentadora, atriz, influencer e CEO na Move Maria
Marina Alano, analista sênior de relacionamento no Parque Tecnológico eCientífico do RS
Mario Moreira, gerente global de branding e direção criativa na Natura & Co.
Marta Carvalho, gerente de comunicação e relações institucionais na FCB Brasil
Maurilio Filho, diretor de planejamento na WMcCANN
Michele Carlos, diretora de conteúdo na DPZ
Nando Torres, diretor de estratégia na Artplan
Nath Sousa, coordenadora de marketing na Ambev
Patrícia Moura, CEO na Pride Content, consultoria de conteúdo
Paula Marinho, diretora na GBR Comunicação
Rafael F. Nzinga, gerente de conteúdona plataforma Todesplay
Rejane Romano, diretora de comunicação no Publicis Groupe
Silmara Ferreira, senior project manager na Purpose
Taís Conceição dos Santos, diretora de estratégia na AlmapBBDO
Tatiana Sousa, head de operações de tickets na Dream Factory
Ziza da Silva, editor e motion designer na IDTBWA

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