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Maratonas colaborativas impulsionam a cultura de inovação

Dinâmicas como hackathons e datathons fomentam ecossistemas de tecnologia via compartilhamento de ideias, além de diversidade e inclusão de participantes


30 de agosto de 2021 - 6h00

Edição 2019 do festival Hacktudo (Crédito: Divulgação)

A partir de grandes desafios, podem surgir soluções igualmente importantes. Com uma demanda cada vez mais ampla por inovações que facilitam e beneficiam o dia a dia de pessoas e companhias, ter uma visão holística de problemas e possibilidades é um ponto chave para que processos sejam otimizados e bem conduzidos. A diversidade de olhares e opiniões não só sobre gargalos, mas também em relação às oportunidades é um dos benefícios de maratonas colaborativas, conhecidas no segmento de tecnologia como hackathons, datathons e ideathons. Os termos da língua inglesa, hack (programar), data (dado) e idea (ideia) adicionados ao sufixo “thons”, de “marathons” (maratonas), consistem em programas poderosos para ampliar a idealização de projetos tecnológicos. 

Ainda que tenham nascido em terras estrangeiras, as dinâmicas já são adotadas por companhias em todo o mundo, inclusive no Brasil. No primeiro semestre deste ano, a Smiles, programa de fidelidade da GOL que se posiciona também como uma plataforma de viagens, desenvolveu um hackathon para ampliar o escopo de inovação da empresa. Os participantes tinham como desafio melhorar a jornada do usuário, auxiliando-o no planejamento de viagens e otimizando o uso dos benefícios que o programa oferece, baseando-se em um conceito de viagem mais acessível, inclusiva e democrática. A competição reuniu mais de mil participantes de todo o Brasil e o grande vencedor levou 1 milhão de milhas Smiles para serem divididas entre os membros da equipe.

Luiz Borrego, diretor de TI da Smiles, explica que a companhia iniciou há cerca de dois anos uma frente de inovação mais organizada, como classifica ele. “Muito embora a gente já fizesse isso naturalmente, nós não usávamos abordagens mais modernas para fazer esse tipo de coisa [inovar]. E uma das coisas que a gente não fazia é o que hoje facilmente é reconhecido no mercado como open innovation, olhando para fora da empresa”, diz o executivo sobre a predisposição da Smiles em ouvir o público para um processo de inovação colaborativa. “Depois de reconhecer esse gap, nós construímos algumas atividades e frentes para que a gente pudesse tornar a Smiles uma empresa aberta no sentido de querer escutar o público externo, seja ele qual for”.

Uma das vantagens do hackathon que o diretor classifica como rica para a Smiles foi justamente a diversidade de ideias e soluções que surgiram do movimento. Ele relembra que as diferentes perspectivas levantadas fizeram com que a Smiles refletisse sobre diversos produtos, projetos e features que oferece. Dentre os principais pontos levantados pelos participantes, a usabilidade dos canais da marca aliada da integração de redes sociais, sobretudo o WhatsApp, ao programa e mecânicas de gamificação foram os que mais chamaram a atenção da empresa. “Hoje, embora a Smiles já tenha algumas campanhas de gamificação, nunca usamos massivamente este tipo de mecânica. Na verdade, criamos um perfil de cliente e vamos estimulando ele a cumprir algumas etapas dentro do programa”, comenta Luiz. Ele ressalta também que o público participante era composto por indivíduos de diversas idades, vindos de diferentes locais – fato impulsionado pela realização do evento de forma online.

Tendo como missão o empoderamento de cada pessoa e organização do planeta a conquistar mais, a Microsoft tem como um dos principais pilares a diversidade e inclusão em sua cultura baseada em uma mentalidade de crescimento. De acordo com Alessandra Karine, vice-presidente para o setor público, educação e saúde e líder de diversidade e inclusão na Microsoft Brasil,  isso contribui muito para o ecossistema de inovação. “Um ambiente com diversidade de perfis e ideias tem muito mais chance de entender as várias necessidades dos clientes e gerar ideias inovativas e trazer a representatividade, principalmente quando pensamos na pluralidade do Brasil”, aponta ela.

Capacitar para crescer
Uma questão que fomenta a diversidade nas maratonas colaborativas é a não obrigatoriedade de que os participantes sejam necessariamente formados em áreas correlatas à tecnologia. Apesar disso, com uma transformação digital acelerada em um mundo cada vez mais dinâmico, a tecnologia está intrínseca a diversas carreiras atualmente. “Tem várias carreiras que estão aparecendo e muitas delas – quase todas – tem a tecnologia por trás. Então, como é que você mostra para meninas e meninos a importância de estudar a tecnologia, que independe até mesmo da formação que você vai ter hoje? Conhecer tecnologia tem sido fundamental”, indaga Alessandra. Com base em um de seus pilares, que é o de mulheres, a Microsoft conta com o programa “Meninas na Ciência”, que tem como objetivo fomentar o interesse de mulheres na área e que já impactou cerca de 950 meninas. 

Além disso, a Microsoft Brasil contribui também para a capacitação de pessoas na tecnologia. Em parceria com a WoMarkersCode, a companhia é mantenedora do projeto Mais Mulheres Tech, que se consolida como uma comunidade de aprendizagem feita por mulheres, para mulheres e que visa diminuir o gap da presença feminina em áreas de tecnologia: segundo o relatório Mulheres Brasil, realizado pela ONU em 2018, as mulheres representam somente 25% da força de trabalho na indústria digital. A iniciativa gratuita visa capacitar 100 mil mulheres em todo o País através de seis linhas, que vão desde computação em nuvem, infraestrutura, segurança da informação e DevOps até o desenvolvimento e ciência de dados e inteligência artificial. Também, unindo-se ao pilar de raça da companhia, a Microsoft conta com o Black Woman in Tech, programa que já contou com duas edições e formou 61 mulheres mulheres pretas e pardas para que tenham mais chances de empregabilidade no mercado de tecnologia.

Assim como a Smiles prega a empregabilidade da participação nas maratonas colaborativas, a Microsoft Brasil também enxerga na capacitação uma forma de não só cumprir com responsabilidade social enquanto empresa de tecnologia, mas também contribuir para um ecossistema de inovação cada vez mais democrático e assim, consequentemente, mais rico. “Como é que mostramos a todo mundo que se tem espaço na tecnologia? Hoje, toda empresa é uma empresa de tecnologia. Dos nossos maiores concorrentes por talentos, muitos são nossos clientes”, reflete a VP de para o setor público, educação e saúde e líder de diversidade e inclusão na Microsoft Brasil.

*Crédito da imagem do topo: Who is Danny/Shutterstock

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