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Qual será o papel das martechs no metaverso?

Startups serão peça chave para municiar ambiente virtual com dados e garantir estratégias mais efetivas


18 de fevereiro de 2022 - 6h00

O metaverso apareceu pela primeira vez no livro de ficção científica Snow Crash, do autor Neal Stephenson. Mas, hoje, o conceito já movimenta números bastante reais. Segundo dados da Comscore, o termo foi mencionado nas redes sociais 84 mil vezes ao longo de 2021. Um estudo da MetaMetric Solutions, empresa que atua como provedora de dados do metaverso, apontou que as vendas de imóveis nas plataformas que atuam no mundo virtual superaram US$ 501 milhões em 2021. Pesquisas, como essa, ilustram o quanto o metaverso será um ambiente frutífero para as empresas e as martechs não ficam de fora dessa.

Segundo dados da Comscore, o termo metaverso foi mencionado nas redes sociais 84 mil vezes ao longo de 2021 (Créditos: Edge Creative/shutterstock)

Isso porque o ambiente virtual do metaverso vai permitir que as pessoas interajam cada vez mais umas com as outras por meio de seus avatares. “Como as marcas querem estar presentes onde seu público está, a tendência é que surjam cada vez mais novos produtos e serviços para interação neste ambiente virtual, como compras por exemplo. As martechs terão um papel muito importante também na coleta de dados dentro do metaverso, elas irão direcionar quais estratégias são mais assertivas em relação à criação de promoções, ações, campanhas, criação de conteúdo e moldar a melhor experiência do usuário”, conta Felipe Oliva, CEO da Squid

Ainda que, hoje, a publicidade digital encontre potencial de crescimento no game advertising, inserção de anúncios no universo virtual, usando faixas, pôsteres e outdoors, a complexidade e o nível de imersão oferecidos pelo metaverso vão ampliar as oportunidades. “Existem outras tendências gigantescas no metaverso, como empresas de moda criando produtos virtuais para vestir e personalizar seu avatar, ou “Avatar Fashion”; a possibilidade de contato com outras pessoas – por exemplo, o Snoop dog construiu uma casa virtual e as pessoas estão comprando terrenos ao lado para ser seus vizinhos, construindo Imóveis Digitais; vemos também a criação de lojas como Carrefour e Renner e logo após a criação e gestão da Força de Vendas do Metaverso”, ilustra André Fonseca, CEO da Bornlogic.

Casa do Snoop Dog, no metaverso (Crédito: Reprodução)

Nesse sentido, Felipe Oliva destaca que não só as empresas que podem encontrar novos canais de interação e fonte de receita nesse meio. “Os creators também poderão criar versões suas no metaverso para interagir ainda mais com seus seguidores, fazendo com que a estratégia comercial ganhe mais força e seja mais assertiva na relação creator e público”, aponta.

Como se preparar para o metaverso?

De olho no fato de que o metaverso é, cada dia mais, parte da realidade, os executivos dividem alguns dos cuidados que as martechs precisam ter no universo online. Para André Fonseca, é preciso criar uma jornada omnichannel sem atritos. “Um ponto a ser levado em conta é que o metaverso não é puramente o digital, as empresas precisam estabelecer uma relação desse universo com o mundo físico. A loja presencial, por exemplo, não vai morrer, mas vai se integrar de alguma forma a esse ambiente. Entender essa relação será fundamental”, afirma.

Já o CEO da Squid alerta para o perigo de replicar estratégias já conhecidas em um novo ambiente. “É preciso levar em consideração que a experiência no universo virtual é diferente, por isso uma ativação que aconteceria no Instagram pode não funcionar no metaverso, é fundamental que as empresas criem abordagens para engajar o público, o que funciona e o que não funciona, como as pessoas reagem no metaverso, como se comunicam e como consomem. Elas precisam estar abertas e atentas, além disso, é imprescindível que invistam em ferramentas e softwares que tornem a experiência do usuário incrível para que ela possa se repetir mais vezes”, explica Oliva.

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