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Opinião

Healthtechs: o que de fato é inovação no segmento do momento?

Seja atacando uma dor já presente no mercado ou até mesmo o sistema em si, o campo está mais do que aberto para as healthtechs


8 de fevereiro de 2021 - 8h00

Pedro Waengertner* (crédito: divulgação)

Uma simples passada por sua rede social de preferência vai te indicar planos de saúde que prometem ser mais justos, soluções de telemedicina descomplicadas ou aplicativos de terapia e meditação para você recuperar sua saúde mental. As healhtechs pegaram emprestado uma página na comunicação das fintechs e pretendem repetir a receita bem-sucedida das startups do setor financeiro.

O “paciente” é semelhante: um setor ainda atrasado, cheio de reservas de mercado, com regulamentações em evolução e pronto para uma dose generosa de inovação. No Brasil, a tendência de investimento em startups focadas no setor de saúde é de crescimento. Até agosto de 2020, as companhias do tipo já haviam recebido mais de US$ 66 milhões em venture capital. Em dois anos, a quantidade de marcas focadas nesse segmento praticamente dobrou.

Com a pandemia, dores e oportunidades do sistema de saúde ficaram ainda mais aparentes e devem potencializar os negócios no setor. Com ajuda e investimento de fundos de venture capital, o crescimento do segmento deve ser acelerado.

Em busca de modelos saudáveis

Por outro lado, algo que tenho encontrado com mais frequência do que gostaria, são cases e exemplos que se resumem a, basicamente, features ou ideias cool de saúde. São problemas que atacam coisas específicas e não o sistema. Eu acredito que a inovação na área está nos sistemas.

Ou seja, eu adotaria uma abordagem “follow the money” para entender onde estão essas oportunidades. Um bom ponto de partida, seria responder às seguintes perguntas:

– Quem lucra mais hoje também é quem mais gera valor? Existem intermediários que comem dinheiro, sem gerar mais valor ao cliente final?

– Existe uma tendência de regulação que aponta para flexibilização em pontos importantes?

– Já existem startups na área, mas acho que o futuro do plano de saúde é a maior oportunidade no setor. O modelo é super arcaico e não é ganha-ganha, além de ser super focado em doenças e não saúde de fato.

E reparem que estamos tirando biotechs da conversa. Essas empresas inovam em produtos e tratamentos de ponta. Pena que ainda faltam várias condições para o Brasil ser um player relevante nessa última área.

Parcerias corporativas

Um dos segmentos que temos acompanhado de perto tanto em nossa consultoria de inovação, a ACE Cortex, é a parceria entre startups com grandes players do mercado para oferecer soluções para os colaboradores dessas gigantes. O que uma boa parte dessas companhias descobriu é que usar tecnologia a favor do bem-estar de seus times é um fator determinante para a produtividade. Não, você não leu errado, é isso mesmo. Só esse é uma baita filão para healthtechs B2B trabalharem em parcerias com essas grandes marcas.

Um exemplo desse tipo de atuação é MediPreço — uma das companhias investidas pela ACE. A startup transforma a cadeia tradicional de medicamentos. Por meio de um aplicativo, uma companhia cliente pode ativar seus colaboradores que passam a ter acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos a preço de fábrica. Os usuários compram através do aplicativo e podem retirar diretamente na empresa.

Para potencializar essa colaboração, a MediPreço entrega ao RH das companhias clientes uma poderosa plataforma de gestão de saúde continuada. O que ajuda de forma preditiva e tem influência em ações estratégicas a fim de melhorar a saúde corporativa da organização.

Traduzindo: seja atacando uma dor já presente no mercado ou até mesmo o sistema em si, o campo está mais do que aberto para as healthtechs. E nada indica que essa tendência deve arrefecer nos próximos anos.

*Pedro Waengertner é cofundador da ACE

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