Trabalho remoto, vida e equilíbrio: lições que aprendemos na pandemia

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Trabalho remoto, vida e equilíbrio: lições que aprendemos na pandemia

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21 de junho de 2021 - 6h00

(Crédito: nensuria/Istock)

A pandemia nos fez viver 20 anos em dois. Entre tantos aprendizados e desafios, um enorme para o mundo corporativo diz respeito ao trinômio trabalho remoto, vida e equilíbro. Um TED Talks muito inspirador da Paty McCord aponta importantes lições para nos ajudar a resolver essa complicada equação. Vale, sobretudo, para as lideranças.

Antes, um parênteses sobre a genial Paty McCord, de quem realmente sou fã. Em 2018, tive o prazer de assistir sua palestra e conversar com ela por alguns minutos, em evento na Califórnia. Autora e idealizadora de ideias muito disruptivas que inspiraram a cultura da Netflix, Paty McCord (*) nos brinda mais uma vez com algumas de suas conclusões sobre os efeitos da pandemia nas relações profissionais.

Primeiro, ela lembra que passou anos tentando convencer as lideranças de que podíamos adotar modelos mais dinâmicos e híbridos de trabalhos, mas sempre ouvia infinitas desculpas. Até que chegou a Covid-19, forçando a mudança em todo o mundo. Começamos a trabalhar em casa, virtualmente. E tivemos que aprender na marra a sermos inovadores, flexíveis e criativos.

Então, qual foram essas importantes lições enfatizadas por MacCord?

 Não somos uma família no trabalho
Que difícil aceitarmos isso, sobretudo para nós, brasileiros, altamente relacionáveis e carentes de interação. Porém, pela ótica dela, família mesmo são nossos filhos nos interrompendo no Zoom. São esses que precisam ter suas fraldas trocadas ou bocas alimentadas. Pode ser também seu bichinho de estimação querendo interagir. E está tudo certo.

Aprendemos que a separação entre família e trabalho tornou-se um ato de sobrevivência. Ainda que tenhamos o melhor relacionamento do mundo com nossos colegas, temos nossa família e equipe. Precisa ser diferente.

Somos adultos, não precisamos ser vigiados
Adultos têm responsabilidades, adultos têm obrigações, adultos têm coisas com as quais precisam se comprometer. E todo mundo tem milhares delas para desenvolver e coordenar, independentemente do cargo. As pessoas não precisam ser vigiadas.

Agora, as empresas se viram obrigadas a reconhecer isso, concentrando-se de fato nos resultados que importam. Não tem mais aquela checagem corpo a corpo, já que estamos trabalhando de nossas casas. Acabou o “cara crachá”, amém!

 A comunicação funciona em rede, não em cascata
Outro ponto que ela compartilha e que  achei incrível é sobre a comunicação. Sem dúvida, o maior dos desafios. Tínhamos a tendência de pensar a comunicação corporativa como uma cachoeira fluindo de cima para baixo. Os executivos transmitiam as informações para o nível hierárquico abaixo, e assim por diante, até a empresa inteira entender o que estava acontecendo.

Agora, o ritmo é diferente. Precisa ser mais horizontal e em rede. No B2WADS, depois de tentar vários formatos, encontramos uma forma de estarmos juntos sem ser demais ou de menos. Semanalmente, o time inteiro – quase 50 integrantes de todas as áreas – reúne-se por uma manhã para discutir propósito, integração, projetos comuns, estratégias e alinhamentos importantes. Algumas áreas fazem rotina diária nos grupos menores, outras fazem duas vezes por dia.

É pouco? É muito? Não sabemos, mas estamos o tempo todo buscando aprimoramento e, aparentemente, encontramos uma fórmula boa. Por quanto tempo? Honestamente, não sei, mas estamos buscando e testando a melhor maneira. Nossos fóruns estão sempre abertos ao máximo às trocas.

A habilidade de comunicação é um eterno aprendizado, principalmente, para os líderes.

No fim das contas, a pandemia nos deu grande chance de repensarmos nossas relações na esfera corporativa. Quais práticas merecem ficar no passado e quais merecem ser retomadas quando tudo voltar ao normal? Será mesmo que é possível simplesmente retomar ou precisaremos repensar totalmente a maneira como trabalhamos?

(*) Meu livro preferido da Paty McCord é o “brilhante” Powerful: Building a Culture of Freedom and Responsibility”, traduzido na edição em português para “Powerful: Como construir uma cultura corporativa de liberdade e responsabilidade”. Vale muito a leitura!

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