SXSW se posiciona sobre Exército em meio a desistências de participantes

Isabella Lessa
13 de março de 2024 - 10h51

Mais de 80 artistas e speakers cancelaram suas apresentações no South by Southwest porque um dos patrocinadores do evento é o Exército dos Estados Unidos, apoiador de Israel no conflito com o Hamas.

Em resposta, o governador do Texas, Greg Abbot, publicou no X (antigo Twitter): “Tchau. Não voltem mais. Austin continua sendo o QG do comando militar e San Antonio é o centro militar dos EUA. Temos orgulho do exército no Texas. Se você não gosta, não venha aqui”.

Já a organização do SXSW fez uma publicação no Instagram na terça-feira, 12, dizendo que discorda da opinião do governador: “Somos uma organização que acolhe diversos pontos de vista. A música é a alma do SXSW e esse é nosso legado. Respeitamos a decisão que esses artistas tomaram de exercer seu direito de expressão. Pelo mundo, estamos testemunhado tragédias de grandes proporções, assim como o aumento de conflitos violentos. É mais crucial do que nunca que nos juntemos para resolver essas grandes questões humanitárias”.

O festival explicou, ainda, que o patrocínio do Exército dos EUA faz parte do comprometimento do evento em trazer ideias que moldam o mundo, e que a indústria de defesa historicamente ofereceu base para muitos dos sistemas e tecnologias emergentes utilizados no mundo hoje.

“Acreditamos que é melhor entender a abordagem deles e como isso terá impacto em nossas vidas”.

Por fim, a postagem do SXSW reitera quão trágica é a situação atual no Oriente Médio e reforça o apoio aos direitos humanos.

No primeiro dia do festival, um grupo de participantes realizaram um protesto pró-Palestina nos arredores do Austin Convention Center, que concentra parte considerável das sessões e painéis do evento.

Nos últimos dias, artistas como Squirrel Flower, Ella O’Connor Williams e Eliza McLamb e Kneecap cancelaram suas apresentações no SXSW Music.