78% das mulheres já enfrentaram assédio em empresas no Brasil
Pesquisa da Catho identificou que ainda existem muitos obstáculos para as brasileiras no mundo corporativo, como machismo, assédio e sobrecarga parental
78% das mulheres já enfrentaram assédio em empresas no Brasil
BuscarPesquisa da Catho identificou que ainda existem muitos obstáculos para as brasileiras no mundo corporativo, como machismo, assédio e sobrecarga parental
Meio & Mensagem
12 de setembro de 2024 - 9h50
A pesquisa “Mulheres 2024 – Desafios, tendências e comportamento da mulher no mercado de trabalho”, produzida pela Catho, marketplace que conecta empresas e candidatos que estão em busca de emprego, identificou que os assédios ainda são um grande obstáculo para as mulheres no mundo corporativo no Brasil. De acordo com o estudo, 78% das entrevistadas já passaram algum tipo de assédio, seja virtual, moral ou físico.
Ainda segundo o levantamento, a maior parte desses casos não partiu de pares, mas de superiores, e 21% das respondentes afirmaram que a denúncia não teve nenhum resultado.
O estudo, realizado com 886 mulheres, apontou outros obstáculos que persistem nas empresas para as mulheres. Alguns dos principais são falta de oportunidades, machismo, assédio e sobrecarga quando se tem filhos.
Segundo o levantamento, algumas empresas ainda não exercem determinados investimentos, como programas de apoio e acolhimento às gestantes e promoções após o retorno da licença-maternidade. Cerca 50% das respondentes alegam terem sido demitidas após o afastamento, por exemplo.
Tais práticas, hoje, são motivo de desistência de candidaturas do público feminino a vagas nessas companhias. Segundo Christiana Mello, diretora da unidade de recrutadores da Catho, a maioria das mulheres busca conhecimento prévio sobre a empresa e sobre as etapas do processo seletivo, além de garantia de feedback.
“Muitas mulheres desistem de se candidatar a vagas em empresas que tenham má reputação ou que pagam pouco, visto que, mesmo sendo mais escolarizadas que os homens, mulheres ganham, em média, 21% a menos que os profissionais masculinos, conforme dados do IBGE”, diz.
Apesar do cenário crítico, o estudo identificou alguns avanços, como o aumento de mulheres em cargos de liderança e o crescimento de contratação feminina nas empresas.
“Observamos evoluções positivas no cenário atual, se comparado a anos anteriores. Um estudo do Índice de Igualdade de Gênero (GEI) 2023 mostrou que as empresas tiveram, em média, 34% de mulheres em cargos de liderança. No que diz respeito à contratação feminina, houve um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Ainda há muitos desafios pela frente, em uma realidade não tão equitativa, mas, como mostra a pesquisa, estamos caminhando”, avalia Christiana.
A identificação desses desafios abre espaço para a reflexão sobre a ética e o respeito à legislação nas condições de trabalho, além do potencial da diversidade e inclusão no ambiente profissional. “Reconhecemos a importância de criar espaços onde todos se sintam valorizados e respeitados, incluindo a liberdade para expressar sua individualidade. Essa é uma oportunidade para as empresas revisarem suas políticas internas e práticas de liderança, garantindo que promovam um ambiente de respeito mútuo e crescimento pessoal”, diz a executiva.
Para a pesquisa, a Catho ouviu pessoas a partir dos 18 anos, sendo que 46% têm entre 36 anos e 50 anos de idade, 38% têm de 18 anos a 35 anos e 16% têm 51 anos ou mais. A maioria deles (86%) mora no Estado de São Paulo; 49% afirmam não ter filhos e 51% têm uma criança ou mais.
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