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80% das mulheres não se sentiram prontas para primeira menstruação

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Women to Watch

80% das mulheres não se sentiram prontas para primeira menstruação

Pesquisa global aponta lacunas na educação menstrual e impacto duradouro na saúde e autoestima das pessoas que menstruam


24 de junho de 2025 - 11h09

(Crédito: Divulgação)

Uma nova pesquisa conduzida pela Ketchum Analytics e AMV BBDO, em colaboração com a marca global de higiene e saúde Libresse (Essity), revelou um dado alarmante: 80% das mulheres e pessoas que menstruam não se sentiram calmas ou preparadas ao enfrentar sua primeira menstruação.

O estudo internacional, intitulado “Global V-Taboo Tracker 2.0″, analisou os tabus que ainda envolvem o ciclo menstrual. Foram entrevistadas 10 mil pessoas que menstruam (“mulheres+”, segundo o material), com mais de 15 anos de idade e de diferentes faixas etárias. As conversas ocorreram em dez países, incluindo Reino Unido, França, México, Colômbia, Argentina e EUA.

Entre os respondentes, que participaram das entrevistas entre março e abril de 2024, 80% convivem diretamente com a menstruação. A pesquisa mostra como a falta de informação e os tabus continuam a marcar negativamente a experiência menstrual ao longo da vida.

“Nenhuma garota nasce com vergonha do seu corpo. Porém, desde a primeira menstruação até a última, as mulheres+ continuam a enfrentar tabus e silenciar-se sobre sua saúde menstrual e íntima”, afirma Tanja Grubner, diretora global de inovação, marca e comunicação da Essity.

Educação precária, impacto emocional

Mais da metade das entrevistadas (59%) afirmou que gostaria de ter aprendido mais sobre seus corpos e sobre o ciclo menstrual ao longo da vida. Não por acaso, 74% relataram emoções negativas ao iniciar a menstruação, e apenas 10% se disseram orgulhosas desse momento.

Além disso, segundo a pesquisa, ainda persiste um ciclo de desinformação: 12% das participantes disseram ter começado a menstruar entre 8 e 10 anos, o que mostra que a ideia comum de que a menarca ocorre por volta dos 12 anos já não reflete a realidade, deixando muitas meninas ainda mais despreparadas.

O estudo aponta que, se meninas não recebem informações adequadas e sentem vergonha em um momento tão formativo como a primeira menstruação, isso reverbera em todas as fases da vida.

Tabus e desconforto em casa e no consultório

O estudo também identificou como o estigma menstrual afeta a vida em sociedade e nos relacionamentos. 25% dos parceiros das pessoas que menstruam consideram produtos menstruais “nojentos”, e 2 em cada 5 mulheres+ escondem esses produtos dos parceiros. Além disso, 1 em cada 5 sente necessidade de se desculpar pela aparência ou cheiro da área íntima.

Quando o assunto chega ao consultório médico, o silêncio continua. Apenas 40% das mulheres e pessoas que menstruam se sentem confortáveis para conversar com profissionais de saúde sobre sua saúde menstrual. Porém, os fatores externos mostram que esse comportamento tem fundamento: metade relatou que suas dores foram minimizadas ou ignoradas por médicos.

Desinformação da menarca à menopausa

Se a falta de preparo marca o início da experiência menstrual, o mesmo acontece nas transições seguintes. 90% das entrevistadas disseram saber pouco ou nada sobre a menopausa, e metade se declarou despreparada para a perimenopausa. Mais de um quarto ainda associa menopausa à “perda de feminilidade”, reforçando estereótipos de envelhecimento e ampliando o isolamento.

Mesmo entre mulheres+ de 43 a 54 anos, que já vivem ou se aproximam da perimenopausa, o cenário é de medo e confusão. Somente 24% se sentem confortáveis para falar sobre seus sintomas com qualquer pessoa.

O que a pesquisa revela

De acordo com a análise da Libresse, há um padrão claro: desinformação e vergonha moldam a relação das mulheres e pessoas que menstruam com seu corpo desde cedo, e continuam a afetá-las em todas as fases da vida. Ao mesmo tempo, os dados apontam que melhorar a educação e abrir espaços de conversa pode gerar transformações positivas para que futuras gerações de meninas possam atravessar essas etapas com mais confiança e autonomia.

“Se conseguirmos ajudar as meninas, mulheres, homens transexuais e pessoas não-binárias a iniciarem seus períodos menstruais sem medo, podemos contribuir para que vivam suas experiências corporais com mais segurança e dignidade”, afirma Priscila Ramos, gerente de marketing de Libresse no Brasil.

Compromisso com a mudança

Para reforçar o compromisso com a saúde menstrual e combater estigmas, a Essity acaba de lançar no Brasil a campanha “Nunca É Só Mais um Ciclo” (“Never Just a Period”), liderada pela marca Libresse, que conta com um portfólio de produtos para o ciclo menstrual.

A ação, uma tradução da campanha global, busca ampliar o debate público e promover uma abordagem mais aberta, inclusiva e informada sobre os ciclos do corpo.

Com criação de Nicholas Hulley e Nadja Lossgott, chief creative officers da agência AMV BBDO do Reino Unido, e produção da Smuggler, o vídeo sugere um futuro em que todas as pessoas tenham o direito de conhecer seus corpos sem medo ou vergonha.

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