Disputa de estreantes

e Teresa Levin
11 de outubro de 2019 - 18h13

Carol Boccia, Flavia Cortes e Léo Balbi (Crédito: divulgação)

A disputa pelo Caboré de Profissional de Atendimento tem um gosto especial para os concorrentes: os três estão indicados pela primeira vez. Com sólidas e longas carreiras nas principais agências do mercado, eles enxergam o momento atual como transformador para a área, que ganha novas funções e desafios. Carol Boccia, vice-presidente de operações e atendimento da Africa, agência na qual está há 9 anos, sustenta que o atendimento deixou de ser um conector de áreas para se transformar em um grande integrador. “Se antes tínhamos que conectar quatro departamentos bem separados, hoje precisamos conectar todo mundo junto e misturado, orquestrar essa grande e boa confusão que virou a propaganda”, diz.

Para Flavia Cortes, head de atendimento da Publicis, onde atua há cinco anos, conhecer o negócio do cliente — e o que tira o sono dele — é fundamental para que o atendimento possa identificar oportunidades e soluções de comunicação. “Temos que ser menos ‘chefes’ do sistema e mais ‘facilitadores’ dele”, aposta. “Com a evolução dos modelos de negócio em geral, o atendimento passa a ter que apresentar uma forte atuação na construção da cultura de inovação e empreendedorismo, tanto no negócio das agências como dos clientes”, avalia.

O conhecimento profundo das marcas é também o foco de Léo Balbi, diretor geral de atendimento da Y&R, onde está há 12 anos. Para ele, o atendimento nunca foi tão fundamental na estrutura de uma agência de publicidade e, atualmente, a complexidade das operações exigem profissionais capazes de gerar soluções a partir de caminhos não óbvios. “Não falo só de novas disciplinas como social, conteúdo, performance ou BI, mas de uma certeza de que não podemos mais encarar uma agência como o fim para todos os problemas ou oportunidades de nossos clientes. Precisamos nos tornar hubs, conectar outros parceiros”, sustenta.

Além de boas fases nas agências em que estão, os três indicados têm solidas carreiras. Há nove anos na Africa, Carol Boccia ocupa o atual cargo desde abril, quando a agência adotou um novo modelo de trabalho, com seis verticais que agrupam os principais clientes. Antes, foi diretora de atendimento de Brahma e Budweiser. Carol ajudou a lançar a Budweiser no Brasil e, hoje, ela é a marca premium mais importante da Ambev. “O trabalho tem sido tão bom que, no ano passado, abrimos um escritório em Buenos Aires para atender a Budweiser Argentina”, frisa. Em sua carreira, também trabalhou por dez anos na AlmapBBDO, onde participou dos reposicionamentos da cerveja Antarctica e de O Boticário.

Flavia Cortes tem atuado em projetos para grandes marcas, como a P&G, cliente para o qual lidera o atendimento em toda a América Latina. O trabalho para a marca Ariel, por exemplo, levanta a bandeira da equidade das tarefas domésticas, tendo sido reconhecido e premiado pela ONU Mulheres. Antes de chegar à Publicis, Flavia cuidou da conta de Coca-Cola na Wieden + Kennedy, da Mondelez na Ogilvy e da Unilever na J. Walter Thompson, nesta última por 13 anos.

Já a carreira de Léo Balbi confunde-se com a trajetória da Vivo, conta com a qual trabalha desde 2001, quando fez seu primeiro estágio no Rio de Janeiro, na Ad Hoc. Há um ano e meio, Balbi participou da conquista do Santander pela Y&R, o que considera um marco. “Um problema de negócio e 18 minutos de apresentação para resolvê-lo, sem apresentar um layout ou filme. Olhando para trás, essa experiência ajudou muito a transformar a agência”, avalia.