indicado Alessandra Visintainer

GUT

Essa semana, minha filha foi para a escola sem sapato, chegou atrasada três vezes e esquecemos o lanche coletivo. Meus cachorros comeram ração emprestada e a cama ficou desarrumada. Me senti a pior mãe do mundo pois estava com a cabeça neste texto, na campanha, no cliente novo, no time e nos números. Embriagada da vida profissional, esqueci de ser mãe.  

Começo assim porque quero que quem não me conhece saiba quem eu sou. Por trás da foto com um ótimo look existe alguém falha, tomada pela síndrome da impostora e com uma história profissional nada linear.  

Já fui demitida duas vezes, tive líderes nada inspiradores e fui convidada a me calar. Quando entendi que precisava honrar minha história e as feridas, cheguei onde queria, mas não foi sozinha. Aliás, ouvi de Mônica Martelli: “você se manifesta de acordo com a cultura em que vive”. Isso me tocou fundo, hoje só honro minha história graças à GUT: lugar que acolheu minhas vulnerabilidades e as transformou em força, minha autenticidade virou valor e aprendi que os defeitos podem ser qualidades.  

Quero muito essa coruja para inspirar outras mulheres a abraçarem suas jornadas, suas manhãs confusas, seus atrasos e seus filhos sem sapato.