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Como se diferenciar na sustentabilidade?

Jornalista Rute Sousa Vasco conversou com Luc Speisser, da Landor & Fitch, e Nachson Mimran, da To.org, sobre a busca por diferenciação quando a assunto é sustentabilidade

Amanda Schnaider
2 de novembro de 2021 - 19h50

Rute Sousa Vasco conversou com Luc Speisser, Global Chief Innovation Officer da Landor & Fitch, e Nachson Mimran, co-fundador e CEO da To.org, no Web Summit 2021 (crédito: reprodução)

No fim do segundo dia do Web Summit, Rute Sousa Vasco, jornalista da MadreMedia, conversou com Luc Speisser, Global Chief Innovation Officer da Landor & Fitch, e Nachson Mimran, co-fundador e CEO da To.org, sobre como, em um mundo cheio de empresas estão fazendo promessas e implementando programas e iniciativas na busca de um futuro mais sustentável, quase nenhuma se destaca.

Segundo Speisser, as companhias estão enfrentando um desafio significativo de custo. “Consumidores, reguladores, investidores, funcionários estão pedindo para marcas e negócios fazerem mais quando o assunto é sustentabilidade. Isso é ótimo”, pontuou. Entretanto, o executivo alertou que apesar de a maioria dos consumidores afirmarem que estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis, na verdade, eles ainda consideram o preço como o mais importante critério de escolha de um produto ou serviço.

O CIO ainda comentou que muitas marcas começaram a endereçar ações e iniciativas mais sustentáveis, mas que nenhuma delas se destaca. “Vejam alguns números: no Reino Unido, 84% dos consumidores afirmam que um produto que é bom para o meio ambiente é importante para eles, 68% deles não conseguem citar nem mesmo uma marca que se destaque como boa para o meio ambiente. Esse problema é massivo, porque quando ninguém se destaca, só os padrões se elevam”, complementou, afirmando que todos esses investimentos são bons para as “Pessoas” e para o “Planeta”, mas que as empresas esquecem o terceiro P que define o que é ser sustentável, o “Profit” (lucro, em português). “Se o terceiro P está esquecido ao longo do caminho, quando falamos de negócios, sustentabilidade não pode ser sustentável”, colocou. 

Por que ser sustentável e continuar lucrando é tido como estranho? Para Speisser, não há porque ter vergonha de ganhar dinheiro, ao mesmo tempo em que se faz bem para o planeta e para as pessoas. “O componente que está faltando para a sustentabilidade é a diferenciação. É realmente responder à pergunta: como posso, como uma marca, realmente me diferenciar quando o assunto é sustentabilidade? É claro que é importante que as marcas continuem entregando, melhorando e reduzindo os danos, mas ao mesmo tempo, elas também precisam encontrar um jeito de conectar a sustentabilidade com seus negócios e suas marcas, e torná-los uma coisa só”, enfatizou o CIO, completando que para mudar a sustentabilidade de um custo para um investimento, que leve ao lucro, é preciso tornar a sustentabilidade “marcada”.

“Speisser, você mencionou os três Ps. Tudo que fazemos, seja investindo em companhias ou investindo em iniciativas sem fins lucrativos, colocamos eles em seis diferentes retornos, antes de decidirmos dedicar nosso tempo, nossa paixão e nossos recursos limitados para acelerá-los”, afirmou o co-fundador e CEO da To.org, Nachson Mimran. Os seis retornos são: Implicações financeiras ou retornos financeiros; impactos sociais; impactos ambientais; educacional; reputacional ou retorno de marca; e retorno espiritual. Segundo Mimran, a coisa mais importante para uma marca é ser vulnerável. “Tenho certeza que todos vocês são familiarizados com os alcoólicos anônimos, basicamente eles dizem que 50% daqueles que se recuperam são aqueles que levantam as mãos e dizem ‘eu tenho um problema’. Vejo isso de forma parecida com as marcas hoje. Elas precisam ser vulneráveis, elas precisam dizer ‘não sou perfeita’, e convidar outros para ajudá-las a encontrar soluções”, concluiu. 

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