A nova fronteira das assessorias

Meio & Mensagem
20 de janeiro de 2015 - 9h03

**Por Thiago Nassa

A Internet e a evolução dos negócios digitais no Brasil, sobretudo com o avanço do e-commerce nacional e o maior amadurecimento do consumidor e das próprias organizações, transformaram definitivamente o mercado de comunicação empresarial e assessoria de imprensa.

O próprio conceito de stakeholder foi ampliado para abranger os tidos formadores de opinião do mundo virtual. Nenhuma corporação pode se dar ao luxo de não contemplar blogueiros e usuários de Facebook, Twiter e LinkedIn, por exemplo, já que se sabe que a formação de opinião não está mais nas mãos daqueles que elaboram as políticas editorias em grandes jornais, revistas e televisão. Hoje, a informação circula livremente pelo mundo virtual e atinge um número cada vez maior de tomadores de decisão, de consumidores e de lideranças na sociedade.

Desde a implantação da atividade de assessoria de imprensa no Brasil como a conhecemos hoje, cuja origem está relacionada com o surgimento da indústria automobilista no País, no final dos anos 50, o mercado nunca viu tamanha revolução com a Internet e os negócios digitais. Até então, a palavra de ordem nas agências de comunicação era “social media”, já que boa parte dos recursos são alocados para o desenvolvimento e manutenção de fanpages, campanhas de adwords, blogs empresariais, newsletters, email marketing e tantos outros canais que as assessorias de imprensa incluíram em sua gama de serviços oferecidos.

Entretanto, social media já é coisa do passado para as assessorias de imprensa. Hoje, a necessidade de investimentos é no chamado link building. Ou, pelo menos, deveria ser! O link building está diretamente ligado ao sistema de posicionamento orgânico do Google e dos mecanismos de busca. Um site será melhor posicionado nos buscadores se também receber bons links de portais relevantes na Internet.

E quais são os portais relevantes na Internet? De longe, estão os órgãos de imprensa. Receber um link editorial de um portal de um grande jornal ou de uma grande revista pode significar subir algumas posições nos resultados orgânicos do Google. E o único jeito para conquistar esse espaço e também a menção em forma de hiperlink é via assessoria de imprensa.

Os especialistas em tecnologia da web e otimização de sites para os mecanismos de busca, o chamado SEO, costumam dizer que “quem não aparece no Google, está fora da Internet”. E realmente é assim mesmo que funciona. Mais de 30% de todo o tráfego de um site vem dos resultados orgânicos do Google. E, se incluir os Links Patrocinados nessa conta, esse número ultrapassa os 50%. Ou seja, os buscadores geram mais visitas aos sites no Brasil do que o próprio acesso direto, onde o usuário digita o endereço no campo da URL. E mais acesso é sinônimo de mais venda e de mais receita.

A questão é: qual empresa pode ser furtar em ficar fora da Internet? Se for uma organização com negócios digitais ou um e-commerce, nem pensar. Uma marca que figura no primeiro resultado do Google para uma determinada busca recebe quase 30% a mais de visitas do que o segundo colocado. Se comparar com o primeiro lugar da segunda página de resultado, esse site tem mais de 630% de cliques do que seu concorrente.

Não é à toa que muitas empresas, sobretudo os grandes varejistas nacionais e estrangeiros, investem parte de seu budget de comunicação em projetos de SEO e Link Building. Então, por que não incluir o Google no rol de stakeholders?

Mas o fato é que esses contratos de Link Building estão nas mãos das poucas agências de marketing digital e quase nenhum com as assessorias de imprensa, que, no final das contas, são as mais indicadas para fazer esse trabalho.

Os critérios do Google para posicionar as páginas são profundamente complexos e mudam periodicamente, justamente para priorizar a qualidade dos sites e, principalmente, dos links recebidos. Diante de todos os avanços do algoritmo do buscador, o melhor (e único) jeito de obter links de qualidade é por meio de menções em portais de notícias. E o setor tradicionalmente capacitado para negociar esses espaços é a assessoria de imprensa – e não as agências de marketing.

Portanto, está dada a largada no Brasil para as assessorias de imprensa se estruturar a fim de atender essa crescente demanda. As empresas estão dispostas a investir pesado em link building, desde que seja feito dentro dos preceitos do jornalismo e do SEO. O impacto de uma matéria com link em um grande portal de notícias traz, além do retorno de imagem – assim como acontece na mídia impressa, mais tráfego ao site mencionado e, consequentemente, novas conexões, novos relacionamentos, novas vendas e novos negócios.

Thiago Nassa, jornalista com mais de 15 anos de experiência com assessoria de imprensa, é responsável pelo setor de link building da Conversion