Agências deixaram de atrair talentos
Para Jon Bond, CEO da consultoria Tomorro\, as holdings publicitárias funcionam da mesma maneira que na década de 1980
Para Jon Bond, CEO da consultoria Tomorro\, as holdings publicitárias funcionam da mesma maneira que na década de 1980
Luiz Gustavo Pacete
22 de outubro de 2015 - 2h20
As holdings publicitárias permanecem as mesmas desde a década de 1980.
A critica é de Jon Bond, CEO da Tomorro\\\, que falou sobre as mudanças no mercado publicitário no ABA Summit, encontro realizado pela Associação Brasileira de Anunciantes, na manhã desta quinta-feira, 22, em São Paulo.
Bond baseou seu argumento no fato de que muitas agências assistiram suas taxas baixarem e os serviços caírem e, ao entrarem neste circulo vicioso, perderam a capacidade de atrair e reter talentos. “O Google paga mais, as consultorias pagam mais, naturalmente as agências sofreriam com a perda de profissionais”, observa.
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Citando dados do mercado americano, Bond ressaltou que 70% dos profissionais de agência estão procurando emprego e não conseguem recolocação. “Precisamos buscar um novo modelo com urgência, o marketing está complexo, as verbas dos anunciantes estão pulverizadas, quem vai herdar o trono que foi da criatividade? ”.
Uma demonstração prática de quem vem absorvendo os profissionais de agências são as consultorias que estão entrando no mercado, os chamados “integradores”. Entre eles, empresas como Accenture, IBM e Kinsey Company. Outro setor que conseguiu absorver os talentos foi o que reúne as empresas de tecnologia como Google que se baseiam num modelo de retorno de investimento eficiente.
Ao concluir sua palestra, Bond explicou que a principal forma de os grandes grupos de propaganda atraírem talentos, até então, foi comprando empresas e que, os sinais estão claros de que essa prática está se esgotando. “Deve existir uma outra maneira de conseguir requalificar o mercado”.
Por fim, Bond citou um terceiro grupo de empresas “disruptivas” que conseguem fazer negócios e dar retorno sem demandar altos investimentos. “O Uber está se tornando a maior empresa de transporte urbano sem ter um carro, o Airbnb a maior companhia de hospedagem sem ter um hotel e o Facebook se tornou um gigante de mídia sem produzir conteúdo.”
A critica de Bond está alinhada a uma onda de criticas dos mercado ao modelo das agências de propaganda. Na semana passada, Brad Jakeman, presidente global da área de bebidas da PepsiCo disse que o mercado publicitário não acompanhou as mudanças da indústria. “Eu estou realmente preocupado que o modelo tradicional da publicidade não vá ser flexível – ele vai se quebrar se nós não pensarmos de verdade em como inovar”
Uber da propaganda?
Jon Bond aproveitou sua presença no evento da ABA para lançar oficialmente a unidade brasileira da consultoria americana Tomorro\\\ que será comandada por Fernando Teixeira, ex-Grey Brasil. Meio & Mensagem adiantou, em 13 de outubro, a chegada da consultoria ao Brasil. De acordo com Bond, o objetivo é ser a maior empresa de serviços de tecnologia em marketing sem ter uma agência.
A promessa da empresa é resolver problemas dos anunciantes procurando as melhores soluções de marketing em diversas agências parceiras, em um modelo de economia compartilhada ao estilo Uber e Airbnb. Na prática, a empresa se posiciona como uma holding com oferta de diversos serviços de marketing e comunicação, mas sem ser dona desses negócios.
A “holding virtual” recebeu investimentos de US$ 100 milhões de Bond em 2012, recursos levantados pela Kirshenbaum Bond Senecal & Partners, criada por ele em 1987.
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