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Controladoria entra na briga por diversidade na publicidade em NY

Controladoria de Nova York pressiona holdings de publicidade a divulgar seus dados de igualdade multicultural


20 de abril de 2012 - 3h20

Por Alexandra Bruell (*)

Segundo o Advertising Age, mais uma vez, as autoridades de Nova York estão pressionando as holdings de publicidade a divulgar dados relativos à diversidade de seus funcionários, mas até agora obtiveram pouco sucesso, em particular com o Grupo Omnicom, que está sendo cobrado por se recusar a atender a solicitação, mesmo com um mandato do controlador John C. Liu.

Esta não é a primeira vez que as empresas desse segmento foram solicitadas a fornecer esse tipo de informação. Em 2006, elas foram convidadas pela Comissão de Direitos Humanos da cidade de Nova York a tomar mais inciativas para contratar funcionários da minoria. Apesar do seu esforço de longa data em relação à questão da diversidade no setor de publicidade, dessa vez a Comissão de Direitos Humanos não está envolvida com a recente atuação da Controladoria, e se recusou a comentar o assunto.

A iniciativa de Liu teve início em novembro, quando seu escritório enviou cartas para as quadro maiores gestoras do segmento – Omnicom, Interpublic, Publicis e WPP – assim como para várias outras grandes empresas fora do setor de publicidade. Citando a pouca diversidade nessa indústria, o escritório da Controladoria pediu a divulgação anual de dados de classificação de funcionários por gênero, raça e trabalho. Segundo comunicado de Liu, a ação foi estimulada por um esforço em criar uma frente de trabalho mais diversificada em toda a cidade. A posição de ser departamento é de que a diversidade beneficia também os fundos de pensão e “valor para os acionistas a longo prazo no desempenho da empresa”.

A Omnicom tem resistido à pressão em fornecer esses dados; um porta-voz da Publicis também disse ao Ad Age: “Estamos em uma situação semelhante à Omnicom”; a WPP não pode ser contatado pela publicação para comentar o assunto; e a controladoria está traçando certo “diálogo” com a Interpublic. Já empresas fora da indústria, como Goldman Sachs e MetLife, concordaram em obedecer a solicitação.

Já que a Omnicom é a única holding que negou o pedido da Controladoria, Liu agora tenta apelar aos acionistas, incentivando-os a votar a favor de uma proposta que obrigue a empresa a divulgar esses dados. Porém, entende-se que os votos dos acionistas, nesse caso, mão sejam vinculativas. Assim, mesmo se isso acontecer, ainda serão os órgãos de administração da empresa os responsáveis por decidir se essas estatísticas serão ou não liberadas.

Tiffany Warren, diretora de diversidade na Omnicom, conversou com o Ad Age e afirmou que a holding está progredindo quando se trata de recrutar e reter talentos multiculturais, mas que simplesmente não acredita que cumprir com o pedido da Controladoria seja de interesse da Omnicom. Warren disse ainda que a empresa lançará neste ano um relatório nacional que define alguns de seus resultados no campo da diversidade, que pela primeira vez será realizado separadamente do relatório sobre responsabilidade social e corporativa. “(Nosso relatório) é um projeto nacional, não local para a cidade de Nova York. Ele irá abordar nossa divulgação interna e externa, além de trazer resultados quantitativos sobre os esforços das agências em trazer contratações e reter funcionários de etnias diversas, bem como mulheres”, disse.

Quando perguntada o por que de a Omnicom não cumprir com o pedido da Controladoria se já tem planos de liberar alguns de seus dados, Warren afirmou: “Os dados não são informativos e nem uma medida real de nosso compromisso com a igualdade de oportunidades de emprego. Não acreditamos que essa divulgação será ainda mais significativa a meta de diversidade local, ao contrário. Essas informações, que são suscetíveis a erros de interpretação poderão ser manipuladas por aqueles com interesses contrários aos da Omnicom para prejudicar a empresa.”

Seis anos atrás, quando a Comissão de Direitos Humanos fez seus pedidos de dados de diversidade, a Omnicom também agiu de acordo com sua própria vontade. Na época, o Ad Age informou que em vez se unir-se às outras empresas em estabelecer metas específicas, a holding definiu seus próprios objetivos, prometento investir mais de US$ 2 milhões em iniciativas de diversidade, e mais tarde, em 2009, contratou Warren para o recém-criado posto de diretora de diversidade.

Eventualmente, a Omnicom passou a trabalhar nas metas de diversidade estabelecidas para suas agências, mas não é claro se essas metas já foram cumpridas ou ainda estão em vigor. Warren não quis comentar sobre os acontecimentos passados. 

 

(*) Advertising Age

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