Defesa da Condecine dá tom ao Fórum de Produção
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Robert Galbraith
23 de novembro de 2011 - 5h36
O fortalecimento da produção audiovisual brasileira no atual cenário de globalização deu o tom da abertura do III Fórum de Produção Publicitária, que aconteceu nesta quarta-feira, 23, em São Paulo. A aprovação da Medida Provisória 545, que fixa um reajuste na taxa da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Brasileira (Condecine) sobre produções estrangeiras a partir de 2012, foi celebrada por todas as entidades signatárias do evento como a ação que trará ao mercado brasileiro os resultados mais palpáveis no curto prazo.
A Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), que repudiou tanto o reajuste quanto às declarações de apoio a MP 545 das demais entidades, não enviou representantes ao Fórum , conforme havia anunciado no final de outubro. Na visão de seus dirigentes, a medida é protecionista e contraditória com ações da Associação Brasileira das Produtoras de Audiovisual (Apro) que estimulam filmagens no Brasil.
Luiz Lara, presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap), lamentou que a entidade não tenha revisto sua posição. Apesar disso, ele ressaltou que praticamente todo o teor dos debates no Fórum de Produção já havia sido previamente discutido com dirigentes da ABA. Leyla Fernandes, presidente da Apro, afirmou que a ausência da entidade é muito mais em função do momento.
O contraponto à posição da ABA veio no discurso do presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel, lembrando que o reajuste da Condecine é o primeiro desde sua criação em 2002. Para Rangel, a medida dará aos produtores brasileiros melhores condições de atuar em seu próprio mercado e ajuda a preservar a cultura brasileira frente à invasão da indústria audiovisual.
“Vivemos um momento especial, em que nossa economia se desenvolve com força, mesmo num cenário de crise internacional. Por isso, temos medidas urgentes para fazer a defesa do talento e da cultura brasileira. Precisamos lutar contra a pasteurização do conteúdo audiovisual que circula no Brasil sem fechar a porta a terceiros, mas dando condições reais e efetivas para que nossas empresas, em sinergia com veículos, tenham aqui sua melhor condição de atuar”, disse Rangel, sob efusivos aplausos.
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