Festival de Cannes muda júris para 2017

Alexandre Zaghi Lemos
18 de novembro de 2016 - 11h29

Jose Papa: “o júri de Titanium, com somente dez pessoas extremamente qualificadas, é o padrão a ser seguido”

O Festival Internacional de Criatividade de Cannes anunciou mudanças em seus júris para a edição de 2017, marcada para acontecer entre os dias 17 e 24 de junho. As áreas de Promo & Activation, Media e Direct Lions terão seus shortlists definidos antecipadamente, por júris específicos e realizados remotamente, via internet, através do software que o evento já usa para fazer avaliação prévia de algumas áreas. Entretanto, essas avaliações prévias que geram long lists eram feitas até então pelos mesmos jurados que posteriormente se encontravam em Cannes para definir o shortlist. A única exceção era a área de Innovation, que define seu shortlist antes para que as equipes envolvidas nos projetos estejam em Cannes durante o evento para apresentações pessoais ao júri. A partir de 2017, não só a área de Inovvation, mas também Promo & Activation, Media e Direct Lions terão seus shortlists definidos antes do início do festival.

Além disso, haverá menos jurados também nas categorias Film, Radio, Print & Publishing, Outdoor, Digital Craft, Creative Effectiveness e Mobile. Com isso, o Festival espera reduzir em 92 o número total de jurados convocados para as discussões presenciais que definem Grand Prix, Ouros, Pratas e Bronzes – em 2015 o total de jurados chegou a quase 400.

Segundo comunicado oficial, o objetivo do evento é melhorar a “qualidade das discussões dentro das salas de júri” e “assegurar o mais alto padrão de debate” na concessão dos prêmios.

O brasileiro Jose Papa, novo managing director do Cannes Lions, declara que a medida pretende “proteger a integridade dos Leões ao fazer com que as pessoas certas estejam na sala de julgamento”. “Alguns júris foram muito maiores do que outros no passado, como resultado do número de peças inscritas que cada um deles têm para julgar. Mas é o júri de Titanium, com somente dez pessoas extremamente qualificadas, que é o padrão a ser seguido”, declara.

O presidente do júri de Titanium de 2016, John Hegarty, fundador da BBH, também se manifesta no comunicado oficial: “Eu preferiria ser julgado por um número menor de jurados, mais focados, mais responsáveis e mais qualificados. A responsabilidade coletiva e a qualidade da discussão são perdidas se você tem muitos jurados. O tamanho não é garantia de força”.