Criatividade 2023: o que significa a chegada dos games a Cannes

Taís Farias
2 de janeiro de 2023 - 6h00

Grand Prix de 2022 foi um case de games: “Long Live the Prince” criado pela Engine, de Londres, na Inglaterra, para a Kyan Prince Foundation (Crédito: Reprodução)

Atualizada em 04/1, à 11h30

Mais um ano se aproxima do fim e imaginar os rumos da criatividade em 2023 pode parecer um desafio. O Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, no entanto, já tem a sua aposta. No mês passado, a organização do festival anunciou a inclusão de uma nova categoria a partir da edição de 2023 do prêmio. Trata-se da Entertainment Lions for Gaming, que foi pensada para avaliar trabalhos de publicidade que envolvem os games.

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Não é à toa. A Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia, da PWC, estima que o mercado global de games e eSports deve alcançar US$ 323,5 bilhões nos próximos quatro anos. Só no Brasil, a receita deve chegar US$ 2,8 bilhões em 2026. Mesmo sem uma categoria especial, os games já vinham conquistando um espaço importante no Cannes Lions.

Em 2022, o júri do Festival destacou como a ideia mais inovadora do ano e vencedor do Grand Prix um projeto que envolve games, o case “Long Live the Prince”. O trabalho foi criado pela Engine, de Londres, na Inglaterra, para a Kyan Prince Foundation colocou, dentro do Fifa 21, Kiyan Josiah Prince talento do esporte que foi assassinado aos 15 anos, em 2006. O avatar foi criado a partir de um estudo aprofundado sobre seus movimentos, corpo e estilo de jogo.

Análise: os games em Cannes

Para Gláucia Montanha, CEO da Artplan SP, que foi jurada no Cannes Lions 2022, a mudança atende o momento do mercado e consolida a visibilidade dos games no universo criativo. “A entrada desta categoria ‘carrega’ não só inovação, mas também o poder de conexão em diversos players. Hoje, existem diferentes tipos de conversas dentro deste segmento, que vão desde hardcore games até casual games e social games. E cada uma delas apresenta uma forma diferenciada de abordagem”, aponta.

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A executiva acrescenta: “A criação desta categoria responde a um momento de transformação que vivemos, de conexão com as pessoas, que vai além de um meio ou device. Precisamos o tempo todo buscar formas de presença e conversa relevante. A categoria não só organiza a quantidade de cases que já existem, mas estimula a indústria a criar oportunidades”.