Holdings globais apresentam recuperação no trimestre
Omnicom, IPG e Publicis registram crescimento orgânico acima de dois dígitos no período e revisam projeção para o ano
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Renato Rogenski
23 de julho de 2021 - 13h23
Nesta semana, três das maiores holdings globais de comunicação anunciaram os resultados de seu segundo semestre: : IPG, Omnicom e Publicis. Sem exceção, todas elas registraram crescimento orgânico de dois dígitos no período, recuperação expressiva após alguns trimestres de grande impacto nos negócios por conta da pandemia. No geral, as receitas subiram em praticamente todas as regiões e disciplinas.
A primeira a apresentar seus resultados foi a Omnicom. A receita mundial da empresa no segundo trimestre de 2021 aumentou 27,5%, saltando de US$ 2,8 bilhões para US$ 3,6 bilhões, na comparação com o segundo trimestre de 2020. O lucro líquido do grupo no período foi de US$ 348,2 milhões em comparação com um prejuízo líquido de US$ 24,2 milhões no mesmo trimestre do ano passado. No balanço geral, a evolução de desempenho está relacionado em maior parte a um crescimento de receita orgânica que ficou na casa dos 24,4%, segundo os números do relatório. É o primeiro trimestre com resultado positivo neste sentido, desde que a empresa foi atingida pelos efeitos da pandemia.
Apesar do contexto positivo, em sua divulgação do balanço trimestral, a Omnicom emitiu uma nota de advertência. “As condições econômicas globais continuarão a ser voláteis enquanto a pandemia Covid-19 permanecer uma ameaça à saúde pública, incluindo como resultado novas informações sobre a gravidade da pandemia, ações do governo para mitigar os efeitos da pandemia nos próximos meses, e o impacto resultante nos planos de gastos de nossos clientes. Esperamos que o desempenho econômico global e o desempenho de nossos negócios variem de acordo com a geografia e disciplina até que o impacto da Covid-19 na economia global diminua”, afirma John Wren, presidente executivo da holding.
Já a Interpublic registrou um crescimento orgânico de 19,8% no segundo trimestre, uma forte recuperação em relação à queda de 9,9% do ano passado, nos primeiros meses da pandemia. A receita líquida no período aumentou 22,5% na comparação com mesmo trimestre de 2020, atingindo a marca de US$ 2,27 bilhões. “É o maior segundo trimestre da história da empresa”, afirmou o CEO da holding, Philippe Krakowsky. A empresa também atualizou sua previsão para o ano, projetando alcançar um crescimento orgânico de 9 a 10% em 2021, ante os 5 a 6% previstos em abril.
Krakowsky creditou o salto não apenas à melhoria geral das perspectivas econômicas, mas também ao enxugamento interno de custos e ao forte crescimento do setor de saúde. Apesar de estar otimista com a recuperação, o executivo faz algumas ressalvas; “Também continuamos a ver o benefício de despesas variáveis baixas, como resultado do ambiente de viagens global altamente restritivo e da eficiência de custos de uma força de trabalho amplamente remota”, acrescentou. “Ao olharmos para a vida profissional pós-pandemia, é importante notar que podemos, é claro, esperar que despesas com viagens, reuniões, serviços de escritório e afins comecem a retornar no segundo semestre deste ano, a maioria notavelmente no quarto trimestre e, claro, no próximo ano”, lembra.
Última das três a divulgar seus resultados, a Publicis relatou um segundo trimestre com crescimento orgânico de 17,1%, A receita líquida da holding no segundo trimestre foi de € 2,5 bilhões (US$ 3,1 bilhões) em comparação com € 2,3 bilhões no segundo trimestre de 2020. Assim como os outros grandes grupos de comunicação, a empresa também apresentou crescimento orgânico em todas as regiões e todas as disciplinas.
Como movimentos responsáveis pelos resultados positivos, a holding apontou dois fatores cruciais. O primeiro deles é a recuperação econômica global frente ao período pandêmico, incluindo reaberturas em massa na Europa e uma melhoria contínua na economia dos Estados Unidos. O segundo é o modelo Power of One da Publicis, que permitiu ao grupo continuar captando o investimento dos clientes em disciplinas como gerenciamento de dados, mídia digital, canais diretos ao consumidor e comércio em geral. Com as perspectivas pela frente, a holding espera agora recuperar totalmente seu declínio orgânico de 2020, que bateu na casa de -6,3%, para um crescimento projetado para 7% até o final do ano. “Desde que não haja grandes deteriorações na situação sanitária global”, afirmou o presidente-executivo, Arthur Sadoun.
Vale lembrar que WPP e Dentsu devem relatar seus resultados apenas no mês que vem.
*Credito da imagem de topo: audioundwerbung/iStock
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