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Jurados nervosos e prêmio cassado

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Comunicação

Jurados nervosos e prêmio cassado

Creative Sandbox, do Google, teria case da AgênciaClick Isobar como vencedor. Saiba o que aconteceu


16 de dezembro de 2013 - 2h29

 A edição 2013 do Creative Sandbox, prêmio do Google que se dispõe a selecionar ideias inovadoras dos criativos brasileiros, teve como vencedores Augusto Moya e Ricardo Chester, da Africa, graças à campanha Educação Nota 10.

A ação propôs a criação de notas de R$ 10 com a imagem de Ayrton Senna. O projeto, que agora será financiado pelo Google para se tornar realidade, pretende divulgar que essa quantia é o suficiente para financiar a alfabetização de crianças nos projetos do instituto que leva o nome do ídolo brasileiro.

Mas por trás da animada festa de premiação, o ar da organização do evento era de tensão, graças a um roteiro ímpar que envolveu a cassação de um prêmio, jurados revoltados e algumas tentativas do Google de explicar o que aconteceu.

A ideia de Chester e Moya, de fato, é ótima. Mas não foi a melhor do festival, sob a ótica dos 17 jurados. A campanha preferida havia sido uma criada por profissionais da AgênciaClick Isobar que, assim, conquistaria o prêmio pela segunda vez – em 2012, Eduardo Battiston foi o vencedor com “Accessibility View”.

O projeto consistia na gravação de vídeos com os alunos do Instituto Ayrton Senna falando os sobrenomes mais comuns do Brasil. Assim, cada vez que um usuário do YouTube com o sobrenome Silva, por exemplo, assistisse um vídeo, ele seria impactado antes por um vídeo de uma criança também com o sobrenome Silva pedindo uma doação porque eles são da “mesma família”. A intenção era criar um vínculo quase familiar entre os alunos e os doadores. A criação foi de Alexandre Freire, Maicon Pinheiro, Domingos Octaviano e Ricardo Pereira.

Entretanto, após a definição do resultado pelo júri, o Google consultou seu setor jurídico e constatou que a campanha contrariava suas regras de privacidade. Segundo a empresa, as regras permitem a coleta de dados pessoais com consentimento. O problema da campanha é que o Google não pode segregar a experiência dos usuários com base nas informações pessoais.

O júri ficou profundamente insatisfeito com a decisão de eliminar a campanha, já que os cases que disputaram o Creative Sandbox já haviam passado por uma varredura prévia efetuada pela organização do evento. O tom entre os profissionais era de que a organização estaria indo contra a decisão soberana do júri.

Diante da revolta de alguns membros, o Google pediu desculpas e afirmou que errou ao não consultar seu corpo jurídico antes do júri, o que evitaria o estresse. Obviamente, o processo será revisado para as próximas edições.

Apesar da polêmica, o prêmio criado no Brasil, que está em seu segundo ano, foi um sucesso em número de inscrições e mobilização da indústria criativa. Inclusive, existem conversas dentro da empresa de tecnologia para exportar o modelo do festival a outros mercados. Resta saber se o que aconteceu irá afetar de alguma forma a reputação do evento.  

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