Ken Fujioka e Cristina Famano unem expertises em consultoria

Isabella Lessa
28 de março de 2019 - 14h24

Depois de anos atuando no mercado – um lado das agências, na área de planejamento, e outra do lado dos anunciantes, no marketing – Ken Fujioka e Cristina Famano colecionaram algumas percepções do que poderia ser feito de diferente nas duas esferas.

Daí nasceu a Ada Strategy, uma consultoria que busca operar com mais disciplina e diversidade, o que, na visão de Ken, ex-sócio da Loducca, são ingredientes que faltam às agências; além de suprir a ausência de senioridade, agilidade e criatividade dos consultores, algo que provocava insatisfação em Cristina como cliente de consultorias tradicionais quando passou por empresas como Apple, Nextel e Vivo.

Anos depois de trabalharem juntos quando ela era executiva na Nextel e ele era sócio da Locucca, agência que detinha a conta na época, se reaproximaram para planejar como seria a Ada. Se, por um lado, Cristina é engenheira e trabalhou em projetos estratégicos para anunciantes que permeavam áreas distintas das corporações, por outro, Ken esteve à frente da estratégia de marca e comunicação costurando diferentes parceiros e departamentos.

A similaridade nas duas funções fez com que à dupla chegasse à proposta da nova operação: diversidade de talentos sem abrir mão da senioridade, soluções concretas que não param na entrega, e sim continuam por meio de testes. Cada projeto dura, da concepção à concretização, cerca de quatro semanas.

Cristina e Ken, sócios da Ada Strategy: agilidade e adaptação (Crédito: Divulgação)

Nas primeira metade ocorre o que os sócios chamam de “Decode”, uma imersão no problema do qual são extraídas hipóteses. Na segunda parte, acontece o “Sprint”, que é o coração do projeto, em que são feitas as prototipagens e os testes com os usuários. Esse é um modelo inspirado no Design Sprint, metodologia criada pelo Google Ventures para a aceleração de startups, que exclui a prática de brainstorming. “A metodologia não é novidade. A gente incorporou duas coisas principais: a gente investe nessa preparação profunda nas duas primeiras semanas para entender o que vamos ser antes e depois do protótipo. A gente não abre mão disso porque, no final das contas, é a opinião do usuário que importa. Por mais que a gente tenha intuição, é importante avaliar a partir da visão do usuário”, explica Ken.

Outra diferença importante na abordagem da dupla em relação à metodologia original é a inclusão dos chamados Outsiders e Makers no business sprints. Segundo ele, profissionais como videomakers, editores, profissionais de motion design e engenheiros entram no processo quando já vivenciaram problemas parecidos com os do cliente.

Na última parte do projeto é realizado o “Disclose”, apresentação do projeto para a equipe do cliente, o que inclui profissionais que não necessariamente participaram do processos, mas que podem contribuir com a continuidade do trabalho.

Para garantir agilidade, Ken e Cristina optaram por convocar a equipe ideal a cada projeto. “Porque cada problema é um problema. A gente convida conforme o problema. Temos as nossas redes, devido ao tempo de mercado, o que nos possibilita chegar a pessoas de capacidades diferentes. A gente também faz uma troca com outras empresas que fazem trabalhos parecidos, recorremos a freelancers. Temos profissionais de férias de suas empresas trabalhando conosco”, comenta Ken.

Os projetos já realizados pela Ada Strategy envolvem de produtos para fintechs a modelos de atendimento para uma rede de serviços. A maioria dos projetos são confidenciais por serem estratégicos. Um dos raros trabalhos de comunicação feitos pela empresa foi o lançamento do cartão de crédito do Banco Neon. De acordo com Ken, a campanha 100% digital ultrapassou a meta de vendas do cliente com redução de 38% no custo de aquisição.