Lições da seleção para as agências
O que é possível aprender com o desastre da seleção brasileira na Copa do Mundo 2014
O que é possível aprender com o desastre da seleção brasileira na Copa do Mundo 2014
Meio & Mensagem
11 de julho de 2014 - 11h09
Por Laura Schoen
Estão sendo publicadas muitas matérias sobre a habilidade com que a seleção de futebol alemã esmagou o Brasil na Copa do mundo, mas, sinceramente, eu acho que há mais lições a serem aprendidas na derrota da seleção.
Eu posso estar sendo influenciada pela minha herança brasileira, pela tristeza e decepção do país onde eu cresci; mas, no meu ramo de negócios – o de agências de comunicação – estou familiarizada com os momentos humilhantes que destroem sonhos e colocam equipes ambiciosas de joelhos.
Aqui estão algumas lições que as agências podem considerar:
Lição número 1: Muitas vezes entramos em uma sala de reunião prontos para vencer. Esta confiança não é irracional. Gastamos uma fortuna para desenvolver uma apresentação de impacto, nossa experiência é incomparável, temos uma equipe de estrelas, temos trabalhado imersos no projeto há meses… Mas, a realidade nos ensina que, no final, somos todos “zebras”. Não importa se nos saímos bem no treino, o que conta é o desempenho na reunião. Nenhuma agência tem o direito líquido e certo de ganhar. Nas salas de reunião, assim como nos estádios, o desempenho da equipe é o que conquista o troféu! Apenas confiar que o "Neymar" do seu time vai trazer a vitória para casa é uma atitude que expõe sua agência à derrota. Superestimar uma estrela ou o currículo de sua agência é uma estratégia falha.
Lição número 2: A paixão é essencial para a vitória, para vender ideias, para persuadir os clientes a confiarem grandes quantias de dinheiro em nosso trabalho para a gestão de sua imagem. Por outro lado, a emoção descontrolada é sempre ruim! Para ganhar, uma equipe precisa ter uma bagagem de inteligência emocional, distância crítica, e capacidade de respirar fundo e alterar o plano de ação a qualquer momento. Também é preciso uma alta dose de humildade. Os jogadores brasileiros entraram no estádio de Belo Horizonte acreditando que estavam lá para “vingar” a lesão de Neymar, inspirados por gerações anteriores de estrelas do futebol brasileiro. O time estava em qualquer lugar, menos lá! Os jogadores alemães, maduros e com o emocional tranquilo, perceberam a oportunidade e aproveitaram.
Lição número 3: Esperar o inesperado. Sua agência pode estar preparada, mas, como a seleção brasileira, nos primeiros minutos de uma apresentação, um sem-número de coisas pode atrapalhar o seu desempenho: uma pergunta desafiadora, uma pessoa muito crítica na plateia, ou um mal-entendido sobre o briefing. Sua equipe precisa estar pronta para rever a estratégia e seguir de acordo com o fluxo das coisas. Nem tudo acontece segundo nossas expectativas. A flexibilidade de uma agência para reagir rapidamente, improvisar, ou às vezes manter suas convicções e não hesitar em face de uma forte oposição são habilidades decisivas.
Uma última lição: em nossas carreiras, sempre haverá um dia (ou mais) em que as coisas irão dar terrivelmente errado. Aceitar nossas falhas, pedir desculpas àqueles que decepcionamos, e transformar a derrota em um momento de aprendizado são passos na direção certa. Uma grande agência, assim como um grande time, é definida pelas atitudes tomadas na sequência. No mundo atual, em que a atenção das pessoas é limitada e controlada por mensagens de140 caracteres no Twitter, há sempre uma chance de redenção. Afinal, nós que trabalhamos em agências sabemos que você é sempre tão bom quanto seu último jogo!
Laura Schoen, fã abatida do futebol brasileiro, é presidente global da área de healthcare da Weber Shandwick e chair da rede para América Latina
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