Maurice Lévy comenta fracasso da fusão
CEO do Publicis Groupe, Maurice Lévy, diz que o rompimento com o Omnicom foi rápido e amigável
CEO do Publicis Groupe, Maurice Lévy, diz que o rompimento com o Omnicom foi rápido e amigável
Meio & Mensagem
9 de maio de 2014 - 5h22
Por Angela Doland, do Advertising Age (*)
Quando as coisas não estão dando certo, é melhor parar o casamento do que ter um divórcio, disse o CEO e Chairman do Publicis Groupe, Maurice Lévy, nesta sexta-feira, 9, menos de 24 horas após a Publicis e a Omnicom anunciarem que sua planejada "fusão de iguais" de US$ 35 bilhões de dólares não mais aconteceria. "O fato de que não estamos realizando um sonho, não significa que nós não temos sonhos", disse Lévy. "Mas é muito melhor não ir à igreja do que ir ao juiz. Assim, estamos nos divorciando antes de nos casar".
Confira alguns destaques da conversa de Lévy com analistas.
Os reguladores chineses sequer aprovaram o negócio? Foi o atraso disso foi o grande problema?
"Não foram as questões individuais, o grande problema. A questão chinesa não foi o problema, a questão fiscal no Reino Unido ou Holanda também não foi o problema, se tomadas individualmente. O que estava se tornando um grande problema era a combinação de todas estas questões, combinado com o fato de que podíamos ver um declínio do nosso modelo de negócio, e que o equilíbrio da" fusão de iguais" poderia não acontecer. Quando você olha para todos estes aspectos juntos, nós estávamos correndo um risco da incerteza durante um longo tempo. E se há algo que acionistas e investidores odeiam é a incerteza. E se há algo que precisamos fazer para nossas pessoas, para os nossos clientes, quando vemos que uma situação como esta pode durar, temos que dizer, “OK, vamos ser realistas e decidir o contrário". E foi o que nós fizemos. E nós fizemos isso de uma forma muito agradável e muito amigável”.
O tamanho importa, afinal?
"O tamanho é importante em muitas áreas. E, particularmente neste novo mundo – neste novo mundo de Big Data – o tamanho importa … Não é um problema para hoje, é um problema para amanhã. E a pergunta é: qual estratégia que podemos pôr em prática a fim de substituir esses aspectos? Temos, obviamente, algumas ideias, algumas boas ideias, algumas ideias muito boas".
E quanto à sucessão?
“Acredito que o conselho de supervisão da Publicis tomará conta da questão da sucessão no máximo até setembro”.
Agora que a fusão já era, o que dizer sobre aquisições?
"Nós vamos definitivamente voltar para algumas aquisições. Não vai ser tudo sobre aquisições, e nós vamos olhar para as melhores formas de recompensar nossos acionistas. Temos algumas aquisições em mente e temos algumas metas. Eu não posso dizer exatamente qual é esse número. Não estamos de olho em um único grande alvo, mas em alguns alvos menores”.
E quanto a informações confidenciais, as empresas aprendem alguma coisa relevante uma sobre a outra?
"Tínhamos regras claras e precisas de que não partilharíamos informações sobre a concorrência. As empresas foram tão cuidadosas com a privacidade que era como se cada um usasse um roupa de praia do início do século 1920. Você realmente não via nada".
Uma fusão de iguais pode funcionar?
"Minha posição tem sido muito clara. A fusão de iguais pode funcionar, se a igualdade é respeitada. Você não pode dizer uma coisa e fazer outra diferente. E a igualdade é algo para o qual estávamos absolutamente a favor. Você não pode ter uma fusão de iguais, quando você tem o CEO, o CFO, o conselho geral, vindos da mesma empresa. Caso contrário, me diga o que é realmente uma fusão de iguais".
Tradução: Amanda Boucault
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