Opinião: Mudar dentro de casa
Sem pensar, estamos valorizando uma forma individualista de trabalhar
Sem pensar, estamos valorizando uma forma individualista de trabalhar
Meio & Mensagem
1 de março de 2016 - 4h18
(*) Por Cris Pereira Heal
Qual é o seu trabalho? Foi assim que Fred Kofman, vice-presidente de liderança e desenvolvimento organizacional do Linkedin, abriu a palestra sobre “Conscious Business” na Conferência Wisdom 2.0. em São Francisco para mais de 3.500 participantes.
Muita gente tentou responder de bate-pronto, muitos olharam seus cartões para ter certeza da resposta e outros listaram uma série de habilidades e atividades que eram capazes de fazer.
A verdade é que a definição que você dá ao seu trabalho não é, provavelmente, a definição real do seu trabalho. Para Fred Kofman, o seu trabalho não é o que você faz, mas a razão de fazê-lo. E o seu sucesso, depende de um propósito maior do que as suas ações individuais.
Isso quer dizer que o resultado da sua entrega combinado ao dos seus colegas deveria ser mais importante do que o resultado que você conquistou sozinho, com o tempo o resultado solitário não se sustenta – se esvazia.
Apesar da sua agenda ser importante para o resultado, se ela não contribuir para o propósito da empresa ou para um objetivo maior, você não está fazendo aquilo que deveria fazer.
Alguns comportamentos acabam sendo devastadores para a conquista desse objetivo: excesso de vaidade, frágeis relações de confiança, falta de compromisso, valorização de um só em detrimento da equipe e a falta de definição de metas concretas e mensuráveis.
A proposta do “Conscious Business” é a de olhar para dentro e dar a atenção necessária para mudar esses comportamentos.
Considerando o nosso período político e econômico, pensar nessas mudanças parece um luxo. Além disso, estamos enfrentando uma nova barreira: estamos conectados através da tecnologia, mas nunca estivemos tão desconectados um do outro. É tanto atropelo que não sobra muito tempo para contribuir com o outro. Sem pensar, estamos valorizando uma forma individualista de trabalhar.
Como isso pode ser útil no nosso negócio? A palavra de ordem nas agências é inovação. E muitas estão tentando se reinventar, trocando as pessoas, trocando de especialidades (e algumas vezes inventando algumas), mudando o sobrenome porque não podem ficar estagnadas e precisam de inovação. O problema é quando essas mudanças não vêm combinada com uma transformação genuína. Se pensarmos o “Conscious Business” como um movimento que cuidará das pessoas para um crescimento de dentro para fora, a inovação tão procurada estará na transformação do potencial individual em coletivo, integrado de verdade (não só no Powerpoint). Mudar dentro de casa, respeitando opiniões diferentes e diversas. Estimular e reconhecer o trabalho de uma equipe inteira.
Para Fred Kofman o negócio consciente é aquele que reconhece que cada indivíduo contribui com o outro e que, juntos, melhoram a perfomance da empresa como um todo – sem artifícios. Parece óbvio, não?
E você, está pronto para responder qual é o seu trabalho?
(*) Cris Pereira Heal é diretora de atendimento da FCB Brasil
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