Netflix testa potencial de licenciamento com Stranger Things
Nike, Lego, Levi´s e Havaianas são algumas das marcas que desenvolveram produtos inspirados na série
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Renato Rogenski
3 de julho de 2019 - 6h00
Sob o ponto de vista de comunicação, se a marca Netflix já está amplamente consolidada no mercado global, incluindo o Brasil, o próximo passo da companhia é transformar algumas de suas produções em produtos que vão além das atrações dentro da plataforma. O exemplo atual mais evidente é Stranger Things. Além de fazer sucesso com o público nos mais diversos devices, a série também teve a sua promoção impulsionada por iniciativas inusitadas da própria Netflix. Apenas para citar algumas, vale mencionar no Brasil a campanha “Bagulhos Sinistros”, em parceria com o SBT e um aplicativo que funciona com Bombril.
Dentro deste cenário, a proporção que a produção ganhou também originou inéditas parcerias com marcas como Nike, Levi´s, Lego e Havaianas. “O licenciamento deste segmento (séries jovens adultas) é relativamente recente no Brasil no que diz respeito à representatividade de mix de produto. E vem caminhando junto ao movimento do streaming, bem como ao crescimento do mercado geek; dois pilares fundamentais na criação do desejo por itens licenciados com este perfil de marcas. E felizmente, mesmo sendo um nicho novo, os resultados são ótimos, segundo os licenciados”, afirma Marici Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens.
Marici cita como exemplo a Riachuelo, licenciada nãos apenas de Stranger Things, como também Game of Trones, La Casa de Papel, Friends e Black Mirror. Para ela, o potencial da prática no país é imenso, já que o público brasileiro já se acostumou a consumir esse tipo de conteúdo quando e onde quiser. “Essa liberdade e praticidade gera uma audiência crescente e fiel aos desdobramentos do enredo. E esse contexto permite às marcas inúmeras possibilidades de contato e de impacto, assim como um amplo e estruturado desenvolvimento de estratégias de marketing, licenciamento e vendas”, explica.
Mais do que o licenciamento em si, a Levi´s desenvolveu, em parceria com a equipe de figurinistas da série, algumas das roupas que serão usadas pelos personagens Eleven e Dustin. “Seremos o único parceiro de licenciamento a oferecer dois looks presentes na série e disponíveis para compra em loja. A ideia é impulsionar ao máximo a experiência do espectador e do consumidor com a possibilidade te ter o look do seu personagem preferido”, afirmou Thiago Leão, responsável por produtos na Levi’s Brasil.
Essa é a primeira vez que a Levi´s trabalha com o licenciamento de séries no Brasil, segundo Thiago. Aliás, para Marici Ferreira, presidente da Abral, neste quesito o mercado internacional está muito mais avançado. “Não apenas nesse segmento, mas em muitos outros. Hoje o faturamento do mercado de licenciamento no Brasil representa 5% do que movimenta o setor nos Estados Unidos. Ou seja, temos muito para crescer e estamos nesse caminho”, avalia.
De acordo com a associação, o Brasil está entre os seis países com maior faturamento em licenciamento de marcas do mundo. Estados Unidos, Japão, Inglaterra, México e Canadá estão entre os mais expressivos. O faturamento na área em 2018 foi de R$ 18,9 bilhões, com crescimento de 5% na comparação com 2017.
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