O leão do Publicis Groupe vai rugir
Sindicato organiza manifestação contra ?remunerações indecentes? dos principais dirigentes e pedindo aumento de salários
Sindicato organiza manifestação contra ?remunerações indecentes? dos principais dirigentes e pedindo aumento de salários
Felipe Turlao
27 de maio de 2014 - 11h53
O leão-símbolo do Publicis Groupe, terceiro maior grupo de comunicação do mundo e dono de agências brasileiras como F/Nazca S&S, Leo Burnett Tailor Made e Publicis Brasil, vai rugir.
A central sindical francesa CGT está preparando para esta quarta-feira, 28, às 12h30 no horário de Paris, uma manifestação na Avenida Champs Elysées, bem em frente à sede da empresa. Os motivos são, basicamente, dois: protestar contra os bônus pagos aos principais dirigentes da companhia, que tem como CEO Maurice Lévy, e, em contrapartida, exigir aumento de salários para os funcionários.
Um dos pontos da mobilização é o uso de máscaras com o rosto de Lévy. Nos últimos dias, sindicalistas entregaram aos funcionários que entravam na sede da empresa uma máscara e uma publicação chamada “Grrrrr”, com o desenho de um Leão, e que tem na capa uma ilustração da fundadora Elisabeth Badintor e o título: “17,5 mil Euros por dia! Muito bem dona Elisabeth!”.
Acostumados com manifestações sobre direitos trabalhistas, os franceses são bem organizados: o movimento tem uma página no Facebook chamada “O leão que ruge”, com cerca de 250 curtidas, e um bem-produzido vídeo em que um sindicalista explica as demandas.
A manifestação é mais um problema para o Publicis Groupe, que já precisa lidar com o choque na imagem causado pela não-concretização do acordo de fusão com o Omnicom.
Confira o vídeo abaixo:
As reclamações sobre bônus não são exclusividade do Publicis, embora não seja comum ver funcionários se manifestando, e sim acionistas insatisfeitos com os resultados financeiros da empresa.
No rival Interpublic, dono de agências como WMcCann, FCB Brasil e Borghi/Lowe, um acionista reclamou dos bônus do CEO Michael Roth e de outros membros do board, durante um encontro do executivo com investidores promovido na semana passada. Roth respondeu que os valores estão em linha com o que se recebe no setor de comunicação, mas foi retrucado sobre o fato de ter ganho mais de US$ 10 milhões no ano passado, mesmo sem que o Interpublic tenha atingido suas metas de crescimento de lucros. “Essa é uma pergunta justa. Meus bônus são baseados em outras metas também”, respondeu.
No WPP (dono de Grey, Y&R e JWT, dentre outras), o CEO Martin Sorrell enfrentou uma revolta dos acionistas e precisou cortar parte de seu salário em 2013 para que eles aprovassem suas contas e continuassem investindo no WPP. Os salários de US$ 2,02 milhões de 2012 caíram para US$ 1,8 milhão.
De perfil mais restrito, o CEO do Omnicom (AlmapBBDO, Lew´Lara\TBWA e DM9DDB), John Wren, ganhou nada menos que US$ 18,1 milhões em 2013. Não houve grandes manifestações, já que a empresa atingiu sua meta de crescer 3,5% em receitas no ano anterior. Mas os bônus recheados foram um dos problemas que fizeram a fusão com o Publicis ruir.
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