Meio & Mensagem
19 de abril de 2013 - 9h47
A gente não sabe se é porque leva o mesmo nome do famoso Festival de Cinema. Não sabe se é por ter sido o primeiro. Ou se é porque é o melhor mesmo, e pronto. Mas a verdade, ainda que alguns de nós tenham dificuldade em admitir com a ênfase merecida, é que o Festival de Cannes – que completa agora sessenta aninhos (veja só, já é um vovô) – continua no posto nº 1 entre todos os grandes eventos da publicidade mundial.
E não é por falta de boa concorrência, não. É fácil lembrar dos excelentes CLIO, Art Directors Club, One Show, D&D, New York, London Festival. Avançando pela Ásia, temos os já famosos – e respeitados por muitos profissionais globais – o Golden Drum e Adfest. Na América Latina, o FIAP, o WAVE e o El Ojo estão melhores, maiores e mais completos, ano após ano.
Um exemplo irrefutável de como esse mercado vem se desenvolvendo com profissionalismo está no nosso principal festival: o CCSP deu um show no evento de lançamento no ano passado.
Recentemente, eu conheci o The Cup, representando o Brasil no júri. O The Cup reúne os trabalhos vencedores de diferentes continentes: o Art Directors Club (Europa), o Fiap (Iberoamérica), o Adfest (Ásia Pacífico) e o Golden Drum (Leste Europeu).
Comparado com a idade de Cannes, o The Cup é uma criança: tem apenas 6 anos de vida. Mas é de uma seriedade e competência de um veterano. Mesmo tendo vivido a experiência como jurado de todos os festivais citados acima – com exceção do Art Directors Club – eu fiquei impressionado.
O The Cup aconteceu na Turquia e contou com eventos diplomáticos. Isso mesmo. Participação das autoridades governamentais do país, demonstrando o interesse no mercado de publicidade e enxergando, nesse desenvolvimento, novos negócios para aquela região.
Outra boa lição do The Cup, que alguns festivais, como o Executive Jury do New York Festival, já fazem é a formação de um único corpo de jurados, não muito grande, e que é reponsável pela votação de todas as categorias. “Ué, não somos nós mesmos que vivemos falando há anos que não existe mais on, off, btl, atl…?”. Faz todo o sentido, não faz?
Isso também impede aquela enxurrada de prêmios que Cannes dá, por exemplo. Com um único júri votando tudo, as discussões são mais amplas em relação a cada detalhe. Você não fica ali fechado analisando só uma categoria, enquanto em outra sala tem outro júri analisando outra categoria e, no final, sem querer, eles premiam a mesma peça. Não que isso não possa acontecer. Pode. Deve. Se a comunicação é brilhante, tem que ganhar tudo mesmo. Mas com o olhar no macro, a discussão e a nota de corte para premiar duas ou mais vezes a mesma peça aumentam. O critério fica mais duro. E a vitória passa a ter mais valor.
Talvez por isso que o que eu tenha ouvido faça sentido: que a pontuação das peças vencedoras do The Cup tem o mesmo peso da pontuação de Cannes no famoso Gun Report – ranking este tido como importante pelos principais grupos de comunicação e clientes de todo o mundo. Se isso for verdade, mesmo jovenzinho, o The Cup marcou um golaço.
Hugo Rodrigues, COO e chief creative officer da Publicis Brasil
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