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Ponto de vista

Inspiração off-line


30 de abril de 2013 - 2h29

Um dia desses estava lembrando de um seminário sobre inspiração e criatividade que assisti no ano passado no Festival de Cannes, com o filósofo Alain de Botton.

Com um toque elegante de ironia, Alain exaltou a capacidade da Igreja Católica para usar ferramentas extraordinárias de publicidade e vender "alimentos" para as necessidades mais profundas dos seres humanos.

Neste vídeo abaixo podemos ver um trechinho de sua palestra:

Alain fez uma analise sobre a Igreja e a comparou a uma multinacional, que lucra milhões de dólares por ano transformando paz, perdão, senso de comunidade, reflexão e calma em "commodities".

Ele sugeriu que prestássemos atenção na Igreja Católica, pra aprendermos com ela a ganhar dinheiro vendendo para as pessoas aquilo que está faltando em suas vidas.

Um assunto bastante polêmico para uma tarde quente na Riviera.

Ao final da palestra ele sugeriu a todos os presentes a reduzir o ritmo, ir para a praia no fim de semana, ficar com a família, se desconectar um pouco das redes sociais, quase o oposto de tudo que estava sendo pregado ali até aquele momento.

Ele lembrou que as artes, a Igreja, e também a publicidade são fontes onde as pessoas naturalmente buscam um escape, alguns momentos de paz, de calma, descontração, emoção, algumas risadas, contemplação descompromissada, etc.

O que a publicidade pode fazer para se aproveitar dessa vantagem? Acredito que criar conteúdos melhores e mais relevantes para as pessoas, que as inspirem, que as façam sorrir. Como faz a Igreja Católica.

Hoje em dia a tecnologia, o excesso de mídias e a necessidade de comunicar o que fazemos 24 horas por dia, pode nos deixar um pouco desligados do que realmente somos, ou precisamos.

Talvez a área da publicidade que mais enfrenta esse desafio é a de conteúdo online. Nas redes sociais especificamente as marcas dependem da simpatia do publico para serem "vistas". Não adianta olharmos para as redes como um território de fácil penetração, onde basta seguir as mesmas regras da publicidade tradicional, e pagar mídia para aumentar a exposição de conteúdo.

Não podemos esquecer que por trás dos perfis no Facebook existem seres humanos, que continuam tendo as mesmas necessidades que tinham antes de surgir a internet: amar, ser feliz, viver em paz com sua família e amigos, etc.

Como lidar com isso? No livro "Como viver na era digital", o autor Tom Chatfield, da School of Life (liderada pelo Alain de Botton), discute as transformações comportamentais que estamos passando com a evolução da tecnologia digital.

Para Chatfield, "as mídias digitais são tecnologias da mente e da experiência. Se quisermos prosperar junto a elas, a primeira lição que devemos aprender é que só podemos ter esperança de compreendê-las de uma forma construtiva falando não da tecnologia de modo abstrato, mas das experiências que ela proporciona".

Então, na hora de produzir conteúdo publicitário para internet, é bom lembrar que quem faz ela funcionar são as pessoas, e não as máquinas.

E para atingir essas pessoas, precisamos saber o básico: como gerar sorrisos.

E como sugere Alain de Bottom, deixar uma boa parcela de tempo em nossas vidas para sermos felizes. Isso pode ajudar a turbinar a criatividade, além claro de gerar ótimas fotos para o Instagram, afinal ninguém é de ferro.

Janaina Augustin, atendimento de digital e outros formatos na O2 Filmes 

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