Por dentro do dream team da produção no mundo
Referendada pelo Cannes Lions por quatro vezes, a norte-americana MJZ mostra que um de seus diferenciais é o direcionamento criativo do negócio. Quem dá detalhes é o produtor executivo Chris McBride
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Meio & Mensagem
26 de abril de 2012 - 6h30
Por Robert Galbraith
O que os premiados Juan Cabral (“Gorilla”, GP no Cannes Lions de 2008), Tom Kuntz (GP em Cannes 2010, com a campanha para Old Spice), Spike Jonze (GP em Cannes 2003, com “Lamp”, para Ikea) e Fredrik Bond (diretor do filme “Entrance” para Heineken, Leão de Ouro em 2011) têm em comum? Todos integram hoje o seleto time de estrelas da norte-americana MJZ, vencedora em quatro ocasiões da Palm D’Or (2005, 2006, 2008 e 2010), prêmio concedido pelo Festival de Cannes à produtora com mais filmes premiados. Fundada em 1989 em Los Angeles, a MJZ está há dez anos em Londres, onde o produtor executivo Chris McBride tem papel-chave nos negócios da empresa na Europa. Segundo ele, um dos pontos diferenciados da companhia é o direcionamento criativo do negócio, além do elenco estelar de que dispõe.
Na entrevista abaixo, confira alguns tópicos que foram publicados na reportagem especial sobre Produção Publicitária, veiculada na edição 1502 de Meio & Mensagem, com data de 26 de março. E mais conteúdo exclusivo para o site (marcado com *).
Reconhecimento
Não temos o Festival de Cannes como uma obsessão, mas a nossa filosofia de trabalho faz com que o reconhecimento venha naturalmente. O nosso fantástico time de diretores e o extenso currículo de prêmios falam por si só quando nos credenciamos para qualquer trabalho. A maioria das produtoras de forma geral se cerca em torno do prestígio de um ou dois diretores que se tornam a referência para o mercado. É aí que a MJZ consegue se diferenciar, pois temos grandes diretores em praticamente todas as especialidades que agências e anunciantes buscam para cada tipo de produção. O norte-americano Tom Kuntz, que dirigiu os comerciais para Skittles que venceram Leões de Ouro e o filme para Old Spice que levou o GP em Cannes 2010, é hoje o melhor diretor do mundo no quesito comédia. Todos os roteiros que recebemos de agências são encaminhados para diversos diretores, dando diversas opções de qualidade ao cliente, algo que pouquíssimas empresas no mundo oferecem em alto nível.
Talentos
Muitas vezes recebemos trabalhos com o pedido específico para um diretor, como acontece em produtoras com elencos restritos, mas é muito comum indicarmos outros nomes com maior afinidade com o projeto em questão. Nossos diretores tanto em Los Angeles quanto em Londres também são muito criteriosos nos roteiros que decidem filmar, o que também contribui muito para a qualidade final do que entregamos. O Tom Kuntz, por exemplo, vai sempre receber os melhores roteiros cômicos do mundo, mas vai escolher apenas alguns para dirigir. Conseguir agregar esses talentos numa única empresa é o que torna a MJZ um lugar muito especial e desejado por grandes talentos. É claro que formamos nossos próprios diretores, mas sempre vamos atrás dos melhores. O talento que temos na MJZ é o maior polo de atração que temos para outros talentos. No fundo, os melhores diretores de comerciais são aqueles que conseguem contar as melhores histórias de uma forma contundente. E as melhores ideias têm na simplicidade seu maior trunfo.
Juan Cabral
Os departamentos de criação sempre foram um grande celeiro de talentos para produtoras do mundo todo. Nossa mais recente aquisição foi o argentino Juan Cabral, que se integrou a MJZ após passagem bem-sucedida pela Fallon em Londres, onde se consagrou com “Gorilla”, GP em Cannes em 2008, filme feito para a Cadbury. Mas também temos muitos diretores que vêm das artes cênicas, do meio musical e da direção de arte.
Orçamentos
Nossa produtora trabalha com superproduções e também com aquelas menores, desde que haja uma grande ideia por trás. Vamos supor que o cliente nos traga um roteiro com um orçamento de R$ 100 mil. Se for possível executá-lo por esse valor, vamos fazê-lo. O diretor que assumir o projeto vai discutir sua execução com seus criadores e vamos buscar a melhor forma de dar vida ao projeto. Não é possível uma empresa se manter no mercado se só fizer superproduções. Nosso papel, antes de tudo, é buscar formas de viabilizar com qualidade projetos em todas as escalas.
Locações (*)
Se não houver um país, cidade ou cenário especificado, vamos buscar as melhores opções para reproduzir o lugar e seu clima. É claro que vamos preferir rodar o filme no país da agência ou do anunciante, mas, se o orçamento permitir uma alternativa mais atraente de locação fora dos EUA ou da Europa, vamos considerar. Essa opção ganha maior peso à medida que surjam dificuldades em simular o cenário. A palavra do diretor também conta muito nessa definição. A MJZ de Los Angeles roda quase tudo por lá mesmo (nos EUA), mas a base londrina, considerando apenas os últimos seis meses, fez locações na Espanha, África do Sul, Uruguai e República Tcheca. Esses destinos são de uma maneira geral os que mais requisitamos.
Brasil
Infelizmente os roteiros que recebemos do mercado europeu demandam locações que, se não forem na Europa, devem ao menos parecer que são. O Brasil nesse sentido não oferece tantas opções quanto os outros países sul-americanos e a África do Sul. Além disso, nos últimos anos o custo de se filmar no Brasil, que já era caro, ficou ainda mais complicado por conta da valorização do real diante do dólar. Sempre que decidimos filmar fora da Europa oferecemos às agências várias opções de locação, com seus respectivos orçamentos. Se comparar os custos de produção no Brasil, Argentina e África do Sul, sempre será mais caro filmar aqui. A última produção que rodamos no Brasil foi um filme da JWT para o HSBC, no Rio de Janeiro, em parceria com a Zohar, com o diretor Nicolai Fuglsig. Antes disso, filmamos quatro produções entre 2005 e 2006 para Orange, VW e Carlsberg, época em que o câmbio era mais favorável. A Argentina, por sua vez, também está se encarecendo. Mas historicamente sempre foi mais fácil para eles atraírem as produtoras estrangeiras, por conta das semelhanças arquitetônicas e climáticas de Buenos Aires com as capitais europeias.
Pools
A primeira pergunta que faço para anunciantes que mantêm pools de produção é: a sua publicidade é criativa? Não sei quais marcas mantêm essa prática no Brasil, mas o que vejo no Reino Unido são trabalhos medíocres. São filmes que nem sei dizer se conseguem vender, mas certamente não são o tipo de publicidade que chama a atenção das pessoas. Não são peças que as motivem a comentar e compartilhar nas redes sociais ou muito menos que vençam Leões em Cannes. E este é justamente o tipo de trabalho que gostamos de produzir na MJZ, filmes que ficam famosos e “bombam” no YouTube. Exatamente o que os pools de produção não fazem, por isso não participamos. Muitas empresas londrinas têm suas próprias produtoras que contratam diretores de forma avulsa para cada projeto, um modelo que também não impressiona. Preferimos ter nosso time de diretores exclusivos e investir para que façam trabalhos diferenciados.
Casting (*)
É um ponto chave para a produção. Há lugares no mundo onde é muito bom. Londres, Paris, depende do roteiro. Os maiores centros de casting são aqueles centros teatrais, com formação em artes cênicas e onde há grande produção audiovisual. Se for rodar no Brasil, conversarei com os serviços de produção para nos indicar as melhores agências de casting, brifar o diretor, trazer vários candidatos, ensaiar com eles e colocá-los com o diretor cara a cara com os candidatos para ele escolher com quem irá trabalhar.
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