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WhatsApp e Microsoft são provedores de comunicação?

Para Timotheus Hoettges, CEO da Deutsche Telekom, é injusto OTTs gerarem alto valor para os negócios e não arcarem pelos investimentos em infraestrutura de conexão

Victória Navarro
29 de junho de 2021 - 8h00

Apesar dos computadores terem alterado a forma de consumo de conteúdos e serviços, foram os smartphones que mudaram como marcas, produtos e serviços se relacionam com público e que passaram a instigar a procura por novas experiências e facilidades de uso. Mais sobre comportamento e menos sobre device, o mobile tornou-se extensão de vida; e um dos dispositivos em que as pessoas gastam mais tempo e podem encontrar informações, antes, distantes da palma da mão. Na mais recente edição do Mobile World Congress (MWC), iniciada em 28 de junho, Timotheus Hoettges, CEO da Deutsche Telekom, companhia de telecomunicações da Alemanha e da União Europeia, buscou compreender as razões pelas quais os regulamentos não classificarem empresas como WhatsApp e Microsoft como provedores de comunicações, uma vez que são dois dos canais que geram maior parte do tráfego nas redes, embora não paguem pelos custos de infraestrutura.

Timotheus Hoettges, CEO da Deutsche Telekom (crédito: reprodução/MWC)

O profissional afirmou que não acha justo que o WhatsApp gere um alto valor para os negócios, por meio do aumento da carga de dados para o Facebook, quando, de fato, são as teles quem pagam as contas. “Como pode ser que 80% do tráfego sejam gerados por OTTs (over-the-tops, ou seja, serviços de mídia que fazem distribuição de conteúdos pela internet) e que essas marcas não estejam pagando um centavo pelo uso da infraestrutura ou pelos custos de construção, em troca de todo o valor dos dados de nossos consumidores?”, questionou. A Microsoft, por exemplo, não é tratada como uma plataforma de comunicação pelos reguladores, sob a justificativa de que a empresa está “evoluindo sua rede e conectando redes de ponta com sua rede de fibra, para fornecer conectividade aos clientes”.

CEO da Deutsche Telekom apelou pela igualdade de condições, reforçando a necessidade de mais políticos corajosos na Europa. “Se não mudarmos a configuração, a Europa ficará ainda mais para trás. Os Estados Unidos possuem um mercado único. A Ásia e a China têm regras regulamentares muito claras. Nós, na Europa, temos 27 regulamentos sem regras claras sobre governança de dados, sem regras claras sobre privacidade de dados. A Europa tem que acordar e mudar a configuração de como querem conduzir a digitalização”, afirmou.

Timotheus pediu que a indústria móvel, em geral, apresentasse uma visão para a próxima década, após quase um ano e meio desempenhando da pandemia de Covid-19. A Deutsche Telekom já adiantada no delineamento de sua visão para 2030, disse, a fim de desenvolver modelos de negócios mais orientados por software. “As teles precisavam mudar sua mentalidade e não se preocupar em possuir todas as partes da rede, mas apenas orquestrá-la da maneira certa”, adicionou.

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