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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

Centauro e Aída dos Santos ganham o único Leão do Brasil em Glass

Peça, que era a única do País no shortlist, é da TracyLocke e recebeu leão de Bronze; Grand Prix foi para trabalho voltado às mulheres sem conta bancária do México

Bárbara Sacchitiello
24 de junho de 2022 - 16h00

Atleta Aída dos Santos usou o uniforme que não tinha disponível quando competiu pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de 1964 (Crédito: Reprodução)

O case brasileiro “O uniforme que nunca existiu”, criado pela TracyLocke para a Centauro, conquistou um Bronze em Glass, área que o Festival Internacional de Criatividade de Cannes chama de “Leão da mudança” e que se notabilizou por destacar trabalhos que promovem a igualdade de gênero.

A peça era a única do País no shortlist neste ano. No ano passado, o Brasil recebeu o GP de Glass pelo trabalho “Eu Sou”, criado pela VMLY&R para o Starbucks.

O case da Centauro homenageia Aída dos Santos, ex-atleta que foi a única mulher na delegação brasileira na Olimpíada de Tóquio 1964. Ela competiu na modalidade salto em altura, sem apoio, treinador e até mesmo sem uniforme – ela usou uniforme emprestado pelo time masculino de futebol do Botafogo. Mesmo assim, Aída garantiu o quarto lugar na competição. Na campanha, lançada na época dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que aconteceram em 2021, a atleta ganhou o uniforme que não teve na época.

Grand Prix
A ideia vencedora do Grand Prix em Glass foi Data Tienda, criada pela DDB México para a WeCapital. O trabalho já havia conquistado Grand Prix na categoria Creative Data.

O trabalho ganhou a preferência do júri por propor uma solução para o problema da falta do acesso ao crédito de boa parte das mulheres no México. Por boa parte delas não terem conta bancária – e, portanto, não terem histórico financeiro, muitas não têm acesso a empréstimos. A We Capital, então, criou uma plataforma virtual de histórico financeiro com base nas tradicionais cadernetas de anotação, que muitas lojas e estabelecimentos usam para anotar as dívidas das consumidoras. A fintech coletou a informações desses lojistas e, a partir de sua digitalização, criou uma espécie de banco de dados com o cadastro de milhares de mulheres do país, com pontuação e histórico de pagamento. A plataforma foi utilizada como um certificado de crédito e, a partir daí, muitas pessoas conseguiram fazer empréstimos e outras operações.

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