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A hora e a vez do paradesporto

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A hora e a vez do paradesporto

Os atletas paraolímpicos, que entram em cena em Londres 2012, despertam a atenção de grandes corporações, interessadas no potencial das histórias de superação, que podem trazer muita inspiração para as marcas


30 de agosto de 2012 - 11h25

*Por Roberto Trinas

Se você ainda não conhece este esporte ou apenas ouviu falar dele, a partir de agora provavelmente mudará sua percepção. Com uma festa grandiosa, com direito a estádio lotado e abertura do evento pela rainha Elizabeth II, aconteceu nesta quarta-feira, 29, a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, que hoje são, ao lado dos Jogos Olímpicos, o maior evento do planeta.

Disputado por 165 países, representados por 4.200 atletas, com deficiências motoras, amputações, cegueira e paralisia cerebral em 20 modalidades, o esporte é relativamente novo e cresce em ritmo acelerado no mundo. Tudo teve início com o neurocirurgião alemão residente em Londres Ludwig Guttmann, que iniciou um trabalho de reabilitação médica e social com veteranos de guerra, por meio de práticas esportivas. Foi ele quem organizou, em 1948, a primeira competição esportiva para atletas com deficiência: os Jogos de Stoke Mandeville, na Inglaterra. Em Roma, em 1960, foram realizados os primeiros Jogos Paralímpicos, com 400 atletas representando 23 países. Nos Jogos de Barcelona, em 1992, finalmente aconteceu a integração logística com os Jogos Olímpicos, quando então os eventos passaram a ser realizados na mesma cidade, com intervalo de três semanas entre eles.

Após 64 anos, os paralímpicos retornam à terra natal e agora despertam a atenção de grandes corporações, cada vez menos tolerantes a preconceitos e mais interessadas no potencial das histórias de superação e transformação que servem de exemplo e podem trazer muita inspiração para as marcas, colaboradores e para as estratégias empresariais. Entre os apoiadores globais do evento estão empresas como Atos, Samsung e Visa. Como apoiadores da edição londrina vemos empresas como P&G, Coca-Cola, Adidas, Omega, GE, BP, McDonalds, BT, BMW e Dow.

No Brasil, além do sistema Unimed e da Caixa Econômica Federal, a P&G é a mais nova apoiadora do esporte. A empresa, que também é patrocinadora do Comitê Olímpico Internacional (COI), viu no alto grau de competividade e nas belíssimas histórias de vida e superação desses atletas uma incrível afinidade com sua essência e valores corporativos. E se encantou com o projeto do Instituto Superar, maior instituição não governamental de fomento ao esporte no Brasil, iniciando a parceria com o apoio a nove atletas de destaque do paradesporto nacional, por meio das marcas Duracell, Gillette, Oral-B e Head & Shoulders.

O grupo de atletas é formado por Lucas Prado e seus guias Laércio Martins e Justino Barbosa; pelo meio fundista cego Odair Ferreira e seu guia Carlos Antônio dos Santos; o nadador Caio Amorim; e os remadores Josiane Dias e Isaac Ribeiro, além do triatleta Marcelo Collet.

São todos ilustres desconhecidos do público, mas eles podem conquistar, (com exceção de Marcelo, que não participa dos Jogos) sua merecida notoriedade a partir desta edição. Como aconteceu com Oscar Pistorius, corredor sul-africano biamputado que ganhou na justiça o direito de disputar, pela primeira vez na história, as duas competições – olímpica e paraolímpica –, e nos fez imaginar o dia em que veremos um novo paradigma sendo quebrado, assim como aconteceu com a entrada dos negros e das mulheres no esporte.

Falando de Brasil, se nos Jogos Olímpicos nossa participação foi abaixo do esperado, nos Paralímpicos a expectativa é de muitas medalhas. Considerado uma das potências do evento, o País tem tudo para superar as 16 medalhas de ouro obtidas em Pequim, quando ficou em nono lugar no quadro geral e bateu seu recorde, com um total de 47 medalhas.

Com uma das maiores delegações na capital inglesa, o Brasil será representado por 182 atletas, que estarão competindo em 18 das 20 modalidades dos Jogos. A título de curiosidade, a delegação paralímpica brasileira conquistou em Pequim mais do que 3% das medalhas de Ouro (16 de 473), enquanto a delegação olímpica conquistou 1% do total das medalhas de Ouro (três medalhas entre 302 ouros distribuídos), alcançando apenas o 23º lugar no ranking geral, resultado que praticamente se repetiu em Londres 2012. Vamos aguardar. A expectativa é grande.

Para quem quer ficar por dentro e saber mais sobre as competições, além dos grandes portais de notícias, a dica é o site vamossuperar.com.br, onde é possível encontrar informações, fotos, vídeos, levantamentos históricos, agendas, depoimentos, blogs dos atletas e muito mais.

Fiquem ligados. As competições começam nesta quinta-feira, 30.

 

 

*Roberto Trinas é sócio-diretor da Vibra Branding Esportivo e está em Londres. Ele escreve como colaborador para Meio & Mensagem.

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