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A realidade futura dos carros digitais

Montadoras alemãs começam a se unir para não serem ultrapassadas pela Apple e pelo Google


10 de julho de 2015 - 8h54

(*) Do Advertising Age

Os carros nos próximos anos serão capazes de achar a rota mais rápida para o caminho para o trabalho assim como pedir café, pagar por ele e guiar o motorista para buscá-lo.

Essa transformação do carro em um serviço de mobile completo é uma possível mina de ouro. Os lucros transmissão de dados e componentes de conectividade podem se tornar um mercado de US$ 200 milhões até 2020, segundo estimativa da McKinsey & Co. Esse é um mercado alvo rico para a Apple e para o Google, e as montadoras estão lutando por uma parte também.

“Além de produzir apenas hardware de transporte, nós temos que entrar na indústria de serviços de forma mais abrangente”, afirmou Tony Douglas, head de estratégia da unidade de serviços mobile da BMW, em uma conferencia de executivos em Munique.

“A indústria de transportes está preparada para o rompimento. Nós podemos liderar esse rompimento e ganhar com esse novo modelo de negócios, ou deixar outra empresa fazê-lo”.

A Audi, a BMW e a Mercedes-Benz competem entre si em tudo desde novos modelos até conforto de passageiros. Mas a ameaça de um carro da Apple ajudou que elas se unissem para adquirir a Here, da Nokia Oyj, do ramo de mapas digitais, o que pode ter custado até US$ 4 bilhões, segundo estimativas.

Dados de localização refinados são considerados cruciais para criar novos serviços – como um carro que compra café – e, eventualmente, carros automatizados. Com a Here, as montadoras alemãs teriam uma alternativa ao Google. Ter apenas a empresa de busca de mapas poderia significar abrir mão de informações essenciais sobre os clientes.

“Nós queremos produzir bons, seguros e lindos carros e, para esse fim, nós precisamos de dados”, contou Christine Hohmann-Dennhardt, executiva a cargo das questões legais da Daimler, em uma conferência de imprensa em Munique.

O interesse da montadora alemãs na Here faz parte da preparação para uma era de carros digitais. Em 2020, 90% dos carros do oeste europeu serão conectados, comparados com apenas um terço no próximo ano, de acordo com a Hitachi. Carros que se conectam com a internet assim como os smartphones geram dados equivalentes a dez mil e-mails a cada hora.

Combinados com softwares de previsão e sistemas de pagamentos mobile, as informações da localização das pessoas e tendências podem ser uma fonte valiosa.

Se um motorista ficar com fome e o McDonald’s conseguir rastrear e responder, as pessoas seriam levadas para o McDonald’s ao invés de outros restaurantes de fast-food, segundo Peter Fuss, um sócio da unidade alemã da consultoria EY. Um sistema que tenha essas habilidades pode começar a surgir nos próximos dois ou três anos, afirmou.

Dados de carro também podem ser cruciais para tornar as ruas mais seguras. Se um carro desliza em uma camada de gelo, o veículo pode repassar essa informação para outros veículos nesta rota.

Ultimamente, o objetivo é permitir que as pessoas tirem a mão do volante enquanto o carro dirige sozinho. A McKinsey estima que carros automatizados podem livrar até 50 minutos de uma pessoa por dia. Isso pode gerar uma receita de mídia digital de US$ 5,56 bilhões por ano.

Se elas conseguirem evitar o destino de serem marginalizadas pela Apple e pelo Google, as montadoras podem lucrar US$ 400 em carros e ao poupar gastos com desenvolvimento, de acordo com a Roland Berger Strategy Consultants. De qualquer forma, o risco de não oferecer esses serviços digitais pode ser muito maior.

“Os consumidores não estarão mais querendo grandes motores”, afirmou Fuss. “Eles estarão mais interessados em como usar seu tempo enquanto estão no carro.”

*Com informações da Bloomberg News
Tradução: Mariana Stocco
 

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