Black Friday: por que as lives se tornaram o formato preferido?
Mistura de ofertas com entretenimento, como o Show da Black Friday da Americanas, tem ganhado mais adesão das marcas no Brasil
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Bárbara Sacchitiello
24 de novembro de 2021 - 6h00
Nos dias que antecedem a Black Friday, em que as pessoas estão interessadas nas ofertas anunciadas na mídia ou já estão pesquisando os preços dos itens que pretendem comprar, um formato de anúncios das promoções vem ganhando mais espaço e atenção das pessoas.
As live commerces, produções em que marcas aproveitam para anunciar seus produtos, já vinham se mostrando como uma tendência, que ganhou ainda mais força durante o período de maior isolamento da pandemia, em que muitas lojas tiveram de fechar as portas e a internet passou a ser o único canal de contato com os consumidores.
Na Black Friday, pelo terceiro ano consecutivo, duas gigantes do varejo combinarão o conteúdo com ofertas para atrair o público para suas páginas e, sobretudo, converter vendas. O Magalu e a Americanas estão, há um bom tempo, preparando as atrações de suas respectivas lives da Black Friday.
A Americanas, inclusive, foi pioneira em adotar o formato para a data comercial. Há três anos, a rede convidou o youtuber Felipe Neto para comandar o Show da Black Friday, projeto desenvolvido pela Play9 e pela WMcCann. Mais uma vez, o influenciador estará á frente da transmissão, que acontece nessa quinta-feira, 25, a partir das 21h, e deve ter mais de 4 horas de duração.
Para o público, o que era para ser a apresentação de ofertas, acaba ficando mais atrativo ao ganhar elementos de entretenimento. “Acredito que a maior evolução do formato está exatamente na mistura de entretenimento e compras de uma forma cada vez mais orgânica. É o que chamamos de shoptainment: um conceito que serve para tornar as lives não apenas um festival de compras, mas um super produto de diversão”, acredita João Pedro Paes Leme, sócio da Play9.
O Show da Black Friday da Americanas é propriedade intelectual de uma parceria entre a Play9 e o Google. A edição deste ano, que vai ao ar no canal da marca no YouTube, será uma disputa entre times, com equipes liderados pela cantora Jojo Todynho e pela influenciadora e apresentadora Camilla de Lucas. Participarão da transmissão nomes como Diva Depressão, Bielo, T3ddy, Bruna Gomes, Diego Cruz, Fred Desimpedidos, João Vitor Melo, Ademara, Vanquilha, Jotinha e Nzão. Ao todo, 500 pessoas estão envolvidas na produção do especial.
Também no dia 25, o Magalu apresentará a sua live de Black Friday. Com o nome de Black das Blacks, a atração é idealizada pela Ogilvy e tem a Globo como parceira. As ofertas e conteúdos do programa serão apresentados nos canais digitais do Magalu e também no Multishow. A direção da live será de Boninho, diretor do núcleo de variedades da Globo e a apresentação ficará por conta de Luciano Huck e Anitta.
Além da cantora, o show terá atrações de grandes nomes da música brasileira, como Luísa Sonza, Gaby Amarantos, Jorge & Mateus, Zé Vaqueiro, Gloria Groove e Léo Santana. Em entrevista ao Meio & Mensagem para falar sobre a Black das Blacks, Bernardo Cupertino, diretor de marketing do Magalu, disse que essa será a edição mais grandiosa das lives feitas pela rede.
Filão de mercado
Na opinião de Paes Leme, da Play9, foi importante a Americanas ter sido pioneira na realização desse tipo de evento para ter uma vantagem no filão de mercado que se abriria. “Isso é algo que os chineses já fazem há quase uma década, misturando entretenimento e vendas. E esse nosso movimento inicial, há três anos, acho que também estimulou outros a buscarem um modelo parecido, acredito que muito pela percepção do sucesso que o shoptainment trouxe tanto em engajamento quanto em resultados comerciais”, pontua.
Outra marca a apostar nas live-commerces para essa Black Friday é o Mercado Livre. Ao longo desse mês – e todos os dias – a empresa vem realizando transmissões ao vivo, que inauguraram a plataforma Mercado Livre Live. Dessa vez, 100 marcas parceiras foram selecionadas para compor o conteúdo das lives. A ideia do Mercado Livre é que, no futuro, todos os seus sellers tenham acesso à plataforma de live commerce para expor seus produtos.
Na opinião do sócio da Play9, a live commerce tende a seguir por dois caminhos no futuro: o dos grandes eventos e shows de entretenimento e a popularização para micro e médios influenciadores, com uma produção mais caseira. “Este segundo caso tende a ser também mais em mercados nichados, enquanto o primeiro vai passar a virar um ativo para os grandes canais e influenciadores com base gigantes de fãs”, aposta Paes Leme.
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