Brasileiro prioriza entretenimento
Estudo Nielsen aponta diversão como intenção número um de gasto, seguida do pagamento de dívidas
Estudo Nielsen aponta diversão como intenção número um de gasto, seguida do pagamento de dívidas
Roseani Rocha
7 de fevereiro de 2012 - 10h50
A mais recente Pesquisa Global sobre a Confiança e Intenções de Gasto do Consumidor, do Instituto Nielsen, divulgada nesta terça-feira, 07, mostra que para o brasileiro o verso “a gente quer comida, diversão e arte” da música dos Titãs vale mais do que para qualquer outro país da América Latina.
Isso porque o estudo, relativo ao quatro trimestre de 2011, mostra que o entretenimento fora do lar é a primeira opção de gasto para 39% dos brasileiros quando eles têm dinheiro sobrando. Em segundo lugar, aparece o pagamento de dívidas, que atingiu 35% das respostas, sendo o maior índice de 2011 (no primeiro trimestre, o índice foi de 29%).
Para Claudio Czarnobai, analista de mercado do instituto, a maior preocupação com o pagamento de dívidas é consequência de um sentimento preventivo em relação ao cenário de crise financeira internacional. “Há certo medo de que a crise se aproxime mais, esse comportamento é de prevenção contra uma piora da situação econômica e possíveis reflexos no mercado, como aumento da taxa juros”, avalia o analista.
Já em relação ao fato de o primeiro item de consumo, com dinheiro excedente, no Brasil ser o entretenimento fora de casa, Czarnobai interpreta o fato como resultado da melhora das condições de vida das populações de níveis econômicos intermediários e baixos. “A possibilidade de ascender economicamente e consumir novas categorias de produtos e serviços se reflete nesse ponto. Havia uma demanda reprimida por produtos e serviços com maior valor agregado, inclusive, entretenimento e lazer fora do domicílio”, complementou.
De forma geral, o estudo também demonstrou que o Brasil, com índice de 112 pontos, é o quinto país mais confiante do mundo, à frente de países como China (108) e Estados Unidos (105) e acima de todos os demais países da América Latina, região que teve média de 98 pontos. Os mais otimistas são Índia (122), Filipinas (117), Indonésia (117) e Arábia Saudita (113). Por outro lado, Argentina (87), México (81) e Venezuela (80) registraram queda na confiança de seus consumidores.
O estudo analisou a confiança do consumidor em relação a questões como Finanças Pessoais e Emprego. Os latino-americanos são os mais confiantes em relação a esse quesito para o ano de 2012 (66%), classificando as perspectivas como “boas ou excelentes”. No caso específico do Brasil, o percentual salta para 80%. Chilenos e argentinos têm menores perspectivas, com índices respectivos de 46% e 44%. Na avaliação global, 52% das pessoas registram tal grau de otimismo.
Quando o assunto é trabalho em 2012, o Brasil também registra mais otimismo; 72% têm “boa ou excelente percepção para o ano", contra média de 48% na América Latina.
Controle dos gastos
Os dados Nielsen mostraram que os demais povos latinos são mais cautelosos que os brasileiros na hora de gastar o dinheiro excedente. Na região, em primeiro lugar aparece a aplicação do dinheiro em poupança (37%), seguida de pagamento de dívidas (também 37%).
Por aqui, como foi dito, está o entretenimento fora do lar, mas os 39% do quarto trimestre já foram maiores: eram 42% no terceiro trimestre. Depois veio o pagamento de dívidas (35%) e, somente em terceiro lugar, o investir o dinheiro em poupança (32%); em quinto, ainda aparece viagem ou férias (18%).
No caso dos mexicanos, quitar as dívidas é prioridade (42%), depois poupar (40%) e, em terceiro, o entretenimento (28%). Para os latino-americanos, em geral, a principal preocupação é a estabilidade no emprego (16%), seguida de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (13%) e, em terceiro, a situação da economia (11%).
Em relação à principal preocupação, as únicas exceções foram a Venezuela e o Brasil. No país governado por Hugo Chavez, o que mais preocupa o consumidor são os crimes (26%). No Brasil, a ordem das preocupações é: equilíbrio entre o profissional e o pessoal (18%), saúde (11%) e temor do endividamento (11%).
O estudo da Nielsen foi realizado de 23 de novembro a 09 de dezembro de 2011, avaliando mais de 28 mil consumidores de 56 países das regiões Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Oriente Médio, África e América do Norte.
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