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Fãs do Galo vestem camisa antimachismo

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Fãs do Galo vestem camisa antimachismo

Torcedores do Atlético Mineiro criticam o clube por apresentar ?mulheres estereotipadas? em desfile de novos uniformes


17 de fevereiro de 2016 - 10h01

O Atlético Mineiro, também conhecido como Galo, está envolvido em uma polêmica desde que lançou, na última segunda-feira, 15, sua linha de uniformes.

O desfile realizado em Belo Horizonte apresentou mulheres apenas com a camisa do time usando lingerie e trajes de banho. Na visão de torcedores e seguidores do Atlético Mineiro nas redes sociais “o futebol já é um esporte com maioria masculina, logo, reforçar estereótipos é reforçar atitudes machistas". Outro usuário destacou que não existia necessidade de uma campanha sexista: “estão vendendo a blusa ou o corpo das mulheres?” perguntou.

Em um post no blog da ESPN, um grupo de 21 torcedoras publicou uma nota em repúdio. “O Atlético Mineiro tem se mostrado excludente com as mulheres torcedoras – e consumidoras – de futebol, além de passivo em relação às atitudes machistas dentro e fora do estádio. ”

As torcedoras afirmam que a postura do clube não tem sido condizente com o discurso de “verdadeiro time do povo”. “Não podemos tolerar ações como o lamentável episódio do lançamento das Camisas da Coleção 2016, em parceria com a DryWorld, em que modelos femininas foram expostas de maneira objetificada, vestindo trajes de banho e lingeries, de maneira apelativa, em um evento de finalidade esportiva”, diz o texto.

Em nota, o Atlético Mineiro disse que “respeita todas as críticas e manifestações contrárias ao evento, mas não concorda com as acusações de machismo e objetivação da mulher. Há 15 anos que apresentamos, junto com os novos uniformes, os demais itens da coleção, que inclui moda casual, de clube e praia. Entendemos que a polêmica é desnecessária”

Ao jornal O Estado de Minas, Valquírio Cabral, representante da DryWorld, parceira do Atlético na confecção do uniforme, pediu desculpas pelo descontentamento e atribuiu a presença de "modelos de biquíni e em trajes ousados a uma iniciativa do Galo".

Maíra Liguori, co-fundadora da consultoria Think Eva, afirma que o episódio é lamentável. "Quantas matérias de beleza das atletas, eleições de jogadoras musas, o bumbum mais bonito da temporada, closes das câmeras nas curvas de seus corpos ainda teremos que aguentar para sermos aceitas no esporte?." Maíra reforça que a repercussão, porém, é positiva. "Os clubes que não se adaptarem aos novos tempos, vão perder parte importante de seu público, ja que as mulheres estão entrando no mundo do futebol para ficar", afirma.

Polêmica da etiqueta

Outra polêmica envolveu a marca DryWorld. Circulou nas redes sociais imagens de etiquetas de uma peça produzida pela DryWorld para o Atlético Mineiro que continha na indicação de lavagem a instrução em inglês "give it to your wife", que significa "entregue para sua esposa". A menção também foi repudiada pelos torcedores na internet por considerarem machista.

Em nota, a empresa pediu desculpas aos torcedores e afirmou que a peça não havia sido aprovada pela empresa e foi distribuída erroneamente e que "precauções foram tomadas para evitar que este tipo erro aconteça novamente".

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